Na década de 20, os EUA viveram um período de grande prosperidade, porém, este crescimento não era assente em firmes bases, o que no começo da década de 30 veio a despontar, iniciando-se nos Estados Unidos da América e logo espalhando-se por quase todo o mundo, a maior e mais trágica crise que este conheceu, viveu-se então a Grande Depressão.
Nas origens da crise…
Em 1928, os norte-americanos acreditavam que o seu país atravessava uma fase de prosperidade infindável. O candidato republicano à presidência nesse ano eleito, considerava mesmo a pobreza e o desemprego como males em vias de extinção.
Uma política de facilitação do crédito mantinha artificialmente o poder de compra americano…
Na bolsa de Nova Iorque, os títulos eram vendidos a preços muito altos, todos arriscavam investir na bolsa. Algumas pessoas chegavam a pedir empréstimos para investir. Como resultado da grande procura de ações, a cotação das empresas subia sem, contudo, terem aumentado os seus lucros.
Ou seja, era uma prosperidade frágil, falsa e precária.
Sem perspectivas de lucros industriais (tudo apontava para uma crise de superprodução), os grandes accionistas acumularam, a partir de 21 de Outubro, ordens de venda na Bolsa. O pânico instalou-se em 24 de Outubro, a “quinta-feira negra”, quando 16 milhões de títulos foram postos no mercado a preços baixíssimos e não encontraram comprador.
Foi o crash de Wall Street. Uma vez que a maior parte dos títulos foram adquiridos a crédito, a ruína dos accionistas significou a ruína dos bancos e, por consequência, das empresas. O desemprego generalizou-se, de forma catastrófica e sem poder de compra, e a população americana condicionava a manutenção da crise – ciclo vicioso.
Neste quadro desolador e negro, a delinquência, a corrupção e o “gangsterismo” proliferavam. O sonho americano parecia desmoronar-se.
Esta crise pôs em causa o capitalismo liberal, que assentava na ideia de que os problemas económicos se resolveriam por eles mesmos, isto é, sem a intervenção do Estado e pôs em causa a crença na capacidade das economias fazerem crescer continuamente a produção.
A mundialização da crise
A crise de 29 não atingiu apenas os Estados Unidos. Propagou-se às economias deles dependentes, como países fornecedores de matérias-primas e todos aqueles cuja reconstrução se baseava nos créditos americanos.
O fato de que já nessa época os Estados Unidos ocupavam uma posição hegemónica na economia capitalista mundial, como maior potência industrial e financeira, foi determinante para que a crise assumisse proporções mundiais. A repatriação de capitais norte-americanos, associada à brusca redução das importações pelos Estados Unidos, repercutiu fortemente na Europa, gerando uma crise industrial e financeira sem precedentes e o crescimento vertiginoso do desemprego. A crise também teve severos efeitos na América Latina, cuja economia agro exportadora foi altamente afetada pela retração nos investimentos estrangeiros e a redução das exportações de matérias-primas
Os anos 30 foram tempos de profunda miséria e angústia. A conjuntura deflacionista, caracterizada pela diminuição do investimento e da produção, pela queda da procura e dos preços, parecia eternizar-se sem solução.
Instalada a descrença no capitalismo liberal, restou aos estados em crise uma maior intervenção na regulação das atividades económicas.
O intervencionismo do Estado
A depressão dos anos 30 revelou as fragilidades do capitalismo liberal.
Até então acreditava-se na livre iniciativa, na livre produção e na livre concorrência como capazes de proporcionarem a riqueza social.
As proporções adquiridas no mundo pela crise provaram, porém, o contrário. O economista britânico J. Keynes duvidou da capacidade autorreguladora da economia capitalista, chamando a atenção para a necessidade de um maior intervencionismo por parte do Estado.
INTERVENCIONISMO ESTATAL - refere-se à interferência do Estado na atividade económica do país, visando a regulação do setor privado, não apenas fixando as regras do mercado, mas atuando de outras formas com vistas a alcançar objetivos que vão desde o estímulo ao crescimento da economia e à redução de desigualdades até o crescimento do nível de emprego e dos salários, ou à correção das chamadas falhas de mercado. As intervenções típicas dos governos modernos na economia ocorrem no âmbito da definição de tributos, da fixação do salário mínimo, das tarifas de serviços públicos e de subsídios.
Segundo o Keynesianismo, ao Estado deveria caber um papel ativo de organizador da economia e de regulador do mercado e jamais o de simples auxiliar dos homens de negócios.
O New Deal
A ascensão de Franklin Roosevelt à presidência, em 1932, abriu caminho para a adoção de uma política económica intervencionista, o chamado New Deal (cuja tradução literal em português seria "novo acordo" ou "novo trato") foi o nome dado à série de programas implementados nos Estados Unidos. De fato, uma das principais consequências da depressão, a médio e a longo prazo, foi uma intensificação generalizada da prática da intervenção e do planeamento estatal da economia, que passou a vigorar não só nos Estados Unidos, mas também nos países europeus e na América Latina.
Numa primeira fase, o New Deal estabeleceu como metas o relançamento da economia e a luta contra o desemprego e a miséria. Tomaram-se medidas rigorosas que incluíram o encerramento temporário de instituições bancárias, sujeitas a inspeções dos funcionários federais, o estabelecimento de sanções contra os especuladores e a requisição de ouro.
Para lutar contra a miséria e o desemprego, o presidente Roosevelt fez distribuir 500 milhões de dólares aos mais necessitados e criou campos de trabalho para os desempregados mais jovens.
Por exemplo:
-Na indústria: limitou a produção, fixou preços mínimos, baixou os juros de crédito bancário e diminuiu os impostos;
-No combate ao desemprego: desenvolveu um programa de obras públicas, barragens, estradas, edifícios públicos, etc. -> Eram novos postos de trabalho, relançam-se as empresas;
-No domínio social: foi fixado o salário mínimo, trabalho mensal reduzido a 40 ou 44h, foram criados subsídios de desemprego, de doença, de invalidez e a reforma na velhice;
-No domínio financeiro: desvalorização do dólar, inflação controlada, regulamentação da atividade bolsista.
Resultados do New Deal…
A aplicação das medidas teve como consequência:
-Aumento do emprego;
-Aumento do poder de compra;
-Aumento do consumo.
A crise era um “ciclo vicioso negativo” o New Deal transformou-se num “ciclo de prosperidade.”
Com o aumento da procura, deu-se um aumento da produção, as fábricas voltaram a trabalhar e a contratar novos trabalhadores.
As opções totalitárias
Totalitarismo - (ou regime totalitário) é um sistema político no qual o Estado, normalmente sob o controle de uma única pessoa, político, facção ou classe, não reconhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível.
No mundo ocidental, o século XX despontou sob o signo do demoliberalismo. Mas, com o passar dos anos 20, um novo sistema de exercício do poder confrontou o demoliberalismo. Movimentos ideológicos e políticos subordinaram o indivíduo a um Estado omnipotente, totalitário e esmagador. Na Rússia soviética, o totalitarismo adquiriu uma feição revolucionária: nasceu da aplicação do marximo-leninismo e culminou no estalinismo. Já na Itália e posteriormente na Alemanha, o Estado totalitário foi produto do fascismo e do nazismo e revestiu um cariz mais conservador.
Benito Mussolini e Adolf Hitler |
Fascismo…
Fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (1922–1943 e1943–1945). A palavra "fascismo" deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão "camisas negras", em virtude do uniforme que utilizavam.
O Estado autoritário fascista define-se, antes de mais, pela oposição firme ao liberalismo, à democracia parlamentar e ao socialismo.
Enquanto o liberalismo e a democracia defendem os direitos do indivíduo, o fascismo entende que acima do indivíduo está o interesse da coletividade, a grandeza da Nação e a supremacia do Estado.
Princípios ideológicos do fascismo…
Autoritarismo
Mussolini governa sozinho, considera a oposição política um entrave à boa governação, detém o poder legislativo e o poder executivo. Não há qualquer tipo de controlo ou oposição sobre o seu governo. Regime unipartidário.
Totalitarismo
O Estado controla a vida económica, política, social e cultural, rejeita todo e qualquer tipo de agrupamentos. Um Estado totalitário é também anti-individualista, anti-comunista, anti-sindicalista, corporativista, anti-partidário, anti-parlamentarista, impõe o partido único e o autoritarismo.
Corporativismo – característico das ditaduras, era uma forma de organização socioeconómica que aceita a propriedade privada, mas estabelece como necessária a intervenção do Estado no sentido de tornar aquela socialmente útil. Defende a constituição de corpos profissionais de trabalhadores, patrões e serviços, que conciliam os seus interesses de modo a promoverem a ordem, a paz e a
prosperidade, ou seja, o bem-estar geral.
Expansionismo/Imperialismo/Colonialismo
Tendência para a ocupação e dominação política e económica de nações mais fracas. Exemplos disso, foram a conquista da Etiópia, em 1936 e a ocupação da Albânia.
Militarismo
Exercício do poder assente na força. Para tal, recorria-se ao exército e às milícias, os “camisas negras”, para, através da violência e da repressão, se impor a autoridade.
Os fascistas, em 1922, organizaram uma marcha sobre Roma, pois pretendiam tomar o poder militarmente e ocupar prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete.
Em 1923, passaram a desenvolver um programa de separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo, desenvolvimento de cooperativas e principalmente a república italiana.
Em 1923, passaram a desenvolver um programa de separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo, desenvolvimento de cooperativas e principalmente a república italiana.
O fascismo na Itália foi estabelecido uma década antes da chegada de Hitler (nazismo) ao poder, tendo em vista o contexto da Itália na Primeira Guerra e devido a um medo de que os esquerdistas tomassem o poder, Mussolini conseguiu chegar ao poder na Itália, como primeiro-ministro italiano.
O fascismo de certa forma era resultado de um sentimento geral de medo e ansiedade dentro da classe média
do pós-guerra, devido convergências de pressões inter-relacionadas de ordem económica, política e cultural.
A ideologia oficial do fascismo era a ausência de liberdade de expressão e de opinião, pois toda a informação, todo o ensino, toda a cultura eram dirigidos pelo Estado (como forma de contratar a população e evitar o pluralismo de ideias).
Culto da obediência
A obediência cega das massas obcecou a prática fascista, totalmente avessa a qualquer manifestação de vontade individual e de espírito crítico.
Incutia-se aos soldados, aos funcionários, aos jovens, a população em geral, a obediência cega aos seus superiores, aos pais, ao Duce (“super-homens”, o Duce na Itália e o Führer na Alemanha nazi).
Na Itália, a partir dos 4 anos, as crianças ingressavam nos “Filhos da Loba” e usavam já uniforme; aos 18 entravam nas Juventudes Fascistas; também na Alemanha, os jovens eram fanatizados pelas organizações de juventude a partir dos 8 anos – Juventudes Hitlerianas. Os jovens aí aprendiam o culto do Estado e do chefe, o amor pelo desporto e pela guerra, o desprezo pelos valores intelectuais.
Adoração e exaltação da personalidade do Duce, líder e salvador do povo, comparado ao Padre Eterno (Deus).
No controlo das mentes e das vontades muito investiu o Estado totalitário fascista. Surge então a propaganda, que promoveu o culto do chefe, publicitou as realizações do regime e submeteu a cultura a critérios nacionalistas e até mesmo racistas.
A consolidação do fascismo foi conseguida através da violência e da repressão, bem como da promoção da autarcia.
Não bastaram ao fascismo e ao nazismo a eficácia das organizações de enquadramento nem ao aparato da propaganda para obter a perfeita adesão das massas. A repressão policial, exercida pelas milícias armadas e pela polícia política, afigurou-se decisiva para garantir o controlo da sociedade e a sobrevivência do totalitarismo. Tanto o nazismo como o fascismo defendem o culto da força, celebram a ação, o instinto, a “natureza selvagem” do Homem, são verdadeiros antipacifistas.
A violência acompanhou a prática fascista desde o início. Na Itália, ainda Mussolini não conquistara o poder e já os esquadristas semeavam o pânico com as suas “expedições punitivas”.
Em 1923, os esquadristas foram reconhecidos oficialmente como milícias armadas do Partido Nacional-Fascista, cabia-lhes vigiar, denunciar e reprimir qualquer ato conspiratório, o mesmo exercia a Polícia Política, criada em 1925 e apelidada de Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo (OVRA).
O mesmo se passava na Alemanha. Em 1921 o Partido Nacional-Socialista criou as Secções de Assalto (S.A) e em 1923, as Secções de Segurança. Estas ficaram conhecidas pela brutalidade com que agiam.
A criação dos primeiros campos de concentração, em 1933, completou o dispositivo repressivo do nazismo. Administrados pelas S.S. e pela Gestapo (polícia política), neles se encerraram os opositores políticos.
Nazismo…
A partir do final da Primeira Guerra Mundial , a Alemanha mergulhou em uma crise económica agravada ainda mais pelas enormes indemnizações impostas pelo Tratado de Versalhes e pela ocupação do vale do Ruhr por França e Bélgica. O marco alemão desaba e consegue se estabilizar somente em novembro de 1923, quando sua cotação atinge 4,6 bilhões de marcos para US$ 1. A hiperinflação tem efeito devastador sobre a economia, desorganizando a produção e o comércio. Em 1931, há 4 milhões de desempregados, quase 30 mil falências e a produção cai em todos os setores.
No plano político, a situação também era grave, pois vários golpes de direita e esquerda se sucederam, todos fracassados.
A crise económica mundial de 1929 permitiu a ascensão ao poder do líder do partido Nazista, Adolf Hitler (Imagem ao lado direito).
Hitler e o Nazismo…
Hitler nasceu na Áustria e pretendia ser pintor. Mas, por duas vezes, foi reprovado nos exames para ingresso na Academia de Viena. Após a morte dos pais, vivia como um mendigo, pernoitando em albergues e tentando viver dos cartões postais que pintava.
Quando começou a guerra, incorporou-se em um regimento alemão. Participou com bravura, foi ferido duas vezes e condecorado com a Cruz de Ferro. Mas a derrota o abalou profundamente.
Ele era extremamente nacionalista. Opunha-se aos judeus, num anti-semitismo cujas origens são difíceis de serem explicadas. Via nos judeus um fator de corrupção do povo alemão. Cristo e Marx, dois judeus, pregavam a igualdade entre os homens e a resignação, ideias que Hitler considerava nocivas ao povo alemão. Daí, surgiu sua doutrina racista, segundo a qual os homens eram desiguais por natureza. A raça superior era a dos arianos (germânicos), altos e alourados. Na Alemanha, eles existiam em estado puro, sendo, pois, a raça sob a humilhação do Tratado de Versalhes. O povo alemão deveria agrupar-se em um único estado: A Grande Alemanha, que reuniria todas as populações germânicas.
Desprezava os povos latinos e principalmente os eslavos, os quais julgava que deveriam ser reduzidos à escravidão, dominados pelos germânicos. A pureza da raça ariana deveria ser defendida através da impiedosa perseguição aos judeus.
A partir dessas ideias de Hitler, surgiu o Nazismo, um regime totalitário e militarista que se baseava numa mística heróica de regeneração nacional.
A miséria da população permitiu a ascensão política do Partido Nazista, bem como do partido Comunista. Nas eleições de 1930, essa tendência se manifestou claramente. Os nazistas elegeram 107 deputados e os comunistas 77, em detrimento dos partidos liberais.
Em 1932, terminava o período presidencial de Hindenburg; ele se candidatou novamente, tendo Hitler como adversário. Foram necessárias duas eleições para decidir o pleito. Hitler perdeu, mas obtivera um considerável número de votos.
O cargo de primeiro-ministro foi confiado a von Papen. Sua grande dificuldade era o progresso dos nazistas. Estes aumentaram o número de deputados no Parlamento nas eleições seguintes. Hindenburg recebeu poderes excepcionais e chamou Hitler para a vice-chancelaria, mas o chefe nazista não aceitou.
O Reichstag (Assembleia Nacional) foi dissolvido e novas eleições realizadas. Os nazistas perderam várias cadeiras, mas o problema continuou, pois não era possível governar sem os nazistas ou contra eles.
Hindenburg substituiu von Papen por um general de tendências socialistas, esperando ganhar mais apoio popular. Mas o próprio von Papen convenceu o presidente a chamar Hitler para o poder, esperando assim poder controlá-lo melhor. No dia 30 de janeiro de 1933, Hitler assumiu a chancelaria, com von Papen como vice-chanceler.
Da chegada ao poder até o estabelecimento da ditadura foi um passo rápido. Hitler formou um governo de coalizão direitista, incluindo os nazistas, nacionalistas, independentes e católicos. Em 27 de fevereiro promoveu o incêndio do Reichstag, atribuindo-o aos comunistas, como pretexto para decretar o fechamento da imprensa, a suspensão das atividades dos partidos de esquerda e o estado de emergência. Em 5 de Março do mesmo ano conseguiu a vitória nas eleições para o Reichstag com ampla maioria dos votos, usando todos os meios lícitos e ilícitos para chegar a este resultado.
O novo Reichstag eleito deu a Hitler plenos poderes. As cores da República foram substituídas por uma bandeira vermelha com a cruz gamada em negro e branco, símbolo do Partido Nazista. Todos os partidos, com exceção do nazista, foram dissolvidos e proibidos de se reorganizar. Hitler tornou-se o condutor, o guia e chefe.
Os alemães viam em Hitler uma salvação para a crise que o país enfrentava. Rapidamente o partido cresceu. Agricultores, jovens, soldados, em todas as classes, tornaram-se adeptos do novo partido. Em agosto de 1934, o presidente Hindenburg morreu e Hitler assumiu o cargo máximo, sem abrir mão do seu cargo antigo. Criou o Terceiro Reich (império) e se proclamou Führer (líder, em alemão). Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
Estava legalizado o totalitarismo na Alemanha. Como Mussolini na Itália, Hitler detinha agora o poder absoluto em seu país.
Com a ascensão de Hitler ao poder, o anti-semitismo e os atos de violência contra judeus se tornaram política de estado. Em abril de 1933 os judeus foram proibidos de praticar a medicina e a advocacia e de ocupar cargos públicos. Em 1935 judeus e demais minorias de sangue não-germânico foram privados de direitos constitucionais e proibidos de casar-se ou manter relações extramatrimoniais com cidadãos alemães ou de sangue ariano. Em 1936 foi criado o Serviço para a Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedicava à exterminação sistemática dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Durante a Segunda Guerra, foram estabelecidos na Polônia ocupada os campos de extermínio em massa. Cerca de 6 milhões de judeus foram executados.
Violência racista…
O que mais distinguiu o nazismo do fascismo foi o seu carácter assumidamente racista. O desrespeito do nazismo pelos direitos humanos atingiu os cumes do horror com a violência do seu racismo.
Tomaram a teoria de Darwin do evolucionismo e aplicaram de forma incorreta, sem nenhum fundamento científico. Para Hitler, os povos superiores eram os arianos, que tinham nos alemães os seus mais puros representantes.
Obcecados com o apuramento físico e mental da raça ariana, os nazis promoveram o eugenismo, aplicando as leias da genética na reprodução humana.
-Proibiu os casamentos mistos, ou seja, entre alemães e outros, sobretudo judeus (sob pena de prisão) – Lei de Nuremberga;
“Com um sorriso satânico em seu rosto, o jovem judaico de cabelos negros esconde-se na espera da garota inocente que ele suja com seu sangue, roubando-a assim de sua gente. ” (Adolf Hitler)
Ao mesmo tempo que se fomentava a natalidade entre os arianos, procedia-se à eliminação dos alemães ‘’degenerados’’ – deficientes mentais, doentes incuráveis, velhos incapacitados, remetidos à câmaras de gás em centros de eutanásia.
“A natureza é cruel; então também estamos destinados a ser cruéis. Ao enviar a flor da juventude alemã para a chuva de metais da guerra sem o menor remorso pelo precioso sangue deles que está sendo derramado, eu deveria ter o direito de eliminar milhões de uma raça inferior que se multiplica como verme. ” (Adolf Hitler)
Povo de heróis, de qualidades e de ideais sobre-humanos, aos Alemães competiria fatalmente o domínio do mundo, se necessário à custa da submissão ou eliminação dos povos inferiores. Entre estes encontra-se os judeus e os ciganos e também os eslavos, cujos territórios da Europa forneceriam aos Alemães o tão necessário espaço vital.
Considerados por Hitler um povo ‘’destruidor de cultura’’, os judeus tornaram-se alvo preferencial da barbárie nazi.
Antissemitismo – do ponto de vista linguístico significa hostilidade aos judeus.
Logo em 1933, começou a primeira vaga de perseguições antissemitas, boicotaram-se as lojas de judeus, interditou-se o funcionalismo público, etc.
O segundo movimento antijudaico iniciou-se em 1935, com a adoção das Leis de Nuremberga, para a “proteção do sangue e da honra alemães”.
A fase mais cruel do antissemitismo chegou com a Segunda Guerra Mundial. Senhores de grande parte da Europa, os nazis puseram em prática um meticuloso plano de destruição do povo judaico, que se veio a saldar no genocídio de quase 6 milhões de judeus. Essa destruição adquiriu uma dimensão de um extermínio, designado por “solução final do problema judaico”.
Foram criados dezenas de campos de concentração e extermínio como por exemplo o de Auschvitz e Buchenwald.
Outros princípios nos quais estavam assente o regime nazi:
Expansionismo e o imperialismo
Movimento expansionista que levou a Alemanha a alargar o seu ‘’espaço vital’’ à custa da anexação/ocupação de outros territórios/países:
1938
-Anexação da Áustria;
-Ocupação da Checoslováquia;
-Ocupação de Dantzig (Polónia).
1939
-Invasão da Polónia – início da Segunda Guerra Mundial.
Militarismo
Recurso ao exército (Wehrmarcht) e às milícias amadas (S.S. para impor a autoridade, a violência, a repressão)
A restauração do serviço militar obrigatório na Alemanha foi uma inversão do acordado no Tratado de Versalhes.
Propaganda…
Uma figura fundamental na difusão do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos panfletários em prol do nazismo.
A Juventude Hitleriana
-era um enquadramento ideológico da juventude, no sentido de incutir a obediência, a disciplina, o nacionalismo e o racismo.
“A batalha desportiva e nobre desperta as melhores virtudes humanas. Ela não separa, mas une os combatentes na compreensão e respeito. Ela também ajuda a unir os países no espírito da paz. Por isso a Tocha Olímpica jamais deveria morrer.” [ Adolf Hitler ]
-Foi uma instituição obrigatória para jovens da Alemanha nazista, que visava treinar crianças e adolescentes alemães de 6 a 18 anos de ambos os sexos para os interesses nazistas. Os jovens se organizavam em grupos e milícias paramilitares. Esses grupos de indivíduos, doutrinados pelo estado, existiram entre 1922 e 1945. Antes de a Juventude Hitleriana era um movimento relativamente pequeno, a partir de 1936 com o alistamento obrigatório, 3,6 milhões de membros haviam sido recrutados, em 1938, o número chegava a 7,7 milhões. Em 1939, já no pré-guerra, foi decretada uma ordem de recrutamento geral.
Em 1936, Hitler unificou as organizações de jovens e anunciou que todos os jovens alemães deveriam se alistar nos Jungvolk (Povo Jovem) aos 10 anos, quando poderiam ser treinados em atividades extracurriculares, que incluíam a prática de desportos e acampamentos, além de uma doutrinação ao nazismo.
Aos 14 anos, os jovens deveriam entrar na Juventude Hitleriana, sujeitando-se a uma disciplina semi-militar, bem como a atividades externas e à propaganda nazista. Paralelamente à Juventude Hitleriana, existia a Liga das Jovens Alemãs, onde as moças aprendiam os deveres da maternidade e os afazeres domésticos, e, assim como os garotos, aprendiam os verdadeiros objetivos do nazismo, e o que fazer para alcançá-lo. Aos 18 anos, deveriam alistar-se nas forças armadas ou nas forças de trabalho.
Nacionalismo económico e autarcia…
Para superar a grave crise económica, o Estado nazi passou a controlar a economia – intervencionismo – no sentido da autosuficiência económica: autarcia
è ->Forte investimento na indústria do armamento (o que garantiu emprego a 5 milhões de desempregados e fez da Alemanha uma potência belicista)
è ->Desenvolvimento de obras públicas para criar infra-estruturas, proporcionar postos de trabalho e fazer progredir a Alemanha.
webgrafia
Wikipedia
bibliografia
Apontamentos
Livro – O Tempo da História 12º
Trabalho realizado por: Rafaela Souto
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