sexta-feira, 2 de março de 2012

O Mundo Comunista


O Mundo Comunista


Contexto do seu surgimento

  Assim que a Segunda Guerra Mundial teve o seu fim em 1945, o mundo eclodiu numa série de conflitos que originou a sua bipolarização.
  Realizaram-se conferências de paz com vista a cooperação entre os países, nomeadamente, a de Ialta e a de Potsdam. Na primeira conseguiu-se entrar em acordo, pacificamente; na segunda, já com alguma animosidade, encerrou sem uma solução definitiva, acabando por consolidar alguns aspectos da anterior.
  Os países em confronto foram os que outrora se apoiaram mutuamente no segundo conflito mundial, ou seja, os EUA, capitalista, e a URSS, comunista, contudo os numerosos conflitos internos e, ainda, os principios ideológicos defendidos que eram totalmente diferentes geraram um clima de confrontos indiretos e, ao mesmo tempo, a criação de dois blocos antagónicos.
  Este bipolarismo acabaria por se consolidar entre 1945 e 1955 com as campanhas de propaganda, que pretendiam a captação de aliados, e a com a corrida de armamente.
  O mundo vê os ânimos a baixar aquando a morte de Estaline, em 1953, e a ascensão de Kruchtchev, pois aqui inicia-se a fase de coexistência pacífica entre os soviéticos e os americanos, onde se reabre o diálogo entre os blocos.


Mundo Comunista




Conflitos localizados durante este período
  A maioria dos conflitos que surgiram entre as duas potências foram gerados, principalmente, para conter as ameaças um do outro, que insistiam, continuamente, em se expandir e captar aliados. A sua hegemonia estendia-se aos países do Leste, à qual criou uma uma área impenetrável de influência a que Churchill, presidente inglês, denominou de “cortina de ferro”. Ao tentar que a sua ideologia se expandisse, acabou por recorrer à violência, em alguns casos. A Guerra da Coreia, entre 1950-1953, foi um desses exemplos.
  Na Alemanha, dividida, na Conferência de Ialta, em quatro áreas de ocupação (EUA, URSS, França e Inglaterra), principalmente, na cidade de Berlim, surgiu um dos primeiros conflitos localizados, isto é, o Bloqueio de Berlim, pela União Soviética, entre 1948-1949, que não permitia o abastecimento da cidade pela via terrestre, bloqueando todas as vias que conduziam a ela. Os ingleses acabam por abastecer-la por via aérea. Mais tarde, em 1961, surge uma segunda crise na cidade, que obriga a construção de um muro, pois a Alemanha estava agora dividida em duas nações, a RDA -república democrática da Alemanha- e a RFA –república federal da Alemanha-, criando um ponto de passagem dos cidadãos da RDA para o lado Ocidental. Estas deserções afectavam gravemente a economia, levando à construção do muro, que envolvia todo o território de Berlim Ocidental. Esta divisão da cidade concretizava a divisão do país e do mundo em dois blocos antagónicos.
  Em Cuba, considerada o bastião comunista da União Soviética, surgiu um conflito que colocou o mundo num sobressalto, em 1962, com a Crise dos Mísseis de Cuba, aquando o período da coexistência pacífica.
  A revolução cubana, em 1959, sem influência comunista, surgiu num período em que o país se encontrava sob o poder de um ditador, afecto aos EUA, que se tornava necessário destituir. Assim, a revolução democrática foi levada cabo por Fidel Castro e Che Guevera contra Fulgência Baptista, acabando com a ditadura.

"Cortina de Ferro"


Muro de Berlim 1961
Base dos Mísseis de Cuba



Áreas de expansão comunista:

  A União Soviética expandiu-se por quatro áreas principais, sendo estas a Europa do Leste (conceito de “cortina de ferro”, de Churchill), Ásia, África e América Latina. 
  Este desencadear de expansões somente tornou-se possível graças ao processo de descolonização da ONU e ao reforço militar soviético, que levou à implantação de regimes comunistas de modelo soviético. Deste modo, a URSS saiu do isolamento em que se encontrava desde Outubro de 1917.
  Na Europa, sucedeu-se a primeira vaga de extensão do comunismo, sob pressão directa da URSS , e os novos países designaram-se de democracias populares, onde se exercia um regime monopartidarista, e à semelhança do modelo soviético, adopta a ideologia comunista em todos os sectores da sociedade, exercendo de forma absoluta.

  Como a esmagadora maioria é a população, esta exerce o poder e a gestão do Estado pertence às classes trabalhadoras.

  A URSS, reforçou os laços criados entre os novos países aliados, constituindo, em 1955, o Pacto de Varsóvia, totalmente oposto à NATO. Este pacto era uma aliança militar que previa a reacção conjunta a qualquer agressão que pudesse surgir.

      “Art. 4º .

       Em caso de agressão armada na Europa contra um ou vários dos estados signatários do Tratado […] cada Estado signatário do Tratado, exercendo o seu direito à autodefesa individual ou colectiva de acordo com o artigo 51 da Carta da Organização das Nações Unidas, concederá ao Estado ou estados vítimas de uma tal agressão assistência imediata […]”

Pacto de Varsóvia, 14 de Maio de 1955

 

Ao não permitir desvios, recorria à violência, contendo a agitação social, como o caso da Hungria, em 1956, e a Checoslováquia, em 1968, que obrigou à intervenção dos militares do Pacto de Varsóvia a reprimir os levantamentos sociais contra o poder soviético.

  Na Ásia, foi necessário recorrer à violência para se implantar o modelo soviético neste continente. No entanto, só a Coreia, teve essa necessidade, desenrolando-se uma autêntica Guerra Civil, que durou três anos (1950-1953), entre o norte comunista, república popular da Coreia, e o sul capitalista, república popular da Coreia. O objectivo era unificar o país tornando-o soviético. Contudo, o seu fim não chegou a uni-lo.
  Nos restantes países do continente, o triunfo do modelo soviético sucedeu graças aos movimentos revolucionários motivados pela URSS. Como o caso da China de Mao Tsé-Tung, em que este, em 1949, proclama a instauração da República Popular. Todavia, acaba por afastar-se por de Nikita Kruchtchev, após a morte de Estaline, pelo motivo deste se distanciar da sua ideologia.
  Na América Latina, o ponto fulcral da expansão e, também, o bastião, foi, como referido anteriormente, Cuba, onde um grupo de revolucionários actua sob o comando de Fidel Castro e Che Guevara, aqueles que livraram os cubanos da ditadura.
  Em 1962, a influência da URSS confirma-se quando aviões americanos detectam, através de fotografias aéreas, a construção de um base de mísseis russos de médio alcance, cujo alvo era território americano.
  Kennedy ordena a retirada a imediata dos mísseis, colocando o mundo com receio de um grande conflito entre as superpotências. Kruchtchev, de visita aos EUA, acaba por retirá-los com a certeza de que o presidente americano não entraria em Cuba, investindo na instituição do capitalismo. Este país latino acabaria por desempenhar um papel importante na proliferação do comunismo.
  Na África, a segunda vaga de descolonizações tornou-se um factor importante para a implantação do modelo soviético nesta área, graças ao apoio da URSS aos movimentos de libertação.                                     

Europa do Leste








Coreia do Norte


Mao Tsé-Tung


América Latina






Economia:
  A URSS levava a cabo uma economia fechada e planificada e adaptando este modelo aos regimes soviéticos fez com que se recuperassem rapidamente. E com os planos quinquenais a apostar na indústria pesada e nas infraestruturas , estes conseguiram, com o seu crescimento significativo, alcança a segunda posição da indústria mundial
  Contudo, a longo prazo, estas medidas mostravam fraquezas que viriam a evindenciar o seu pouco sucesso. Essas medidas, apesar de relativamente estáveis, não acompanhavam as necessidades da população, que continuava a ter um nível de vida precário, que não acompanhava a evolução, visto que, o salário continuava baixo, não compensando o esforço exercido no trabalho, havia carência de bens materiais e a agricultura, portadora de falta de investimento, má gestão e falta de formação dos agricultores, a construção habitacional, a indústria e o sector terciário pouco avançavam. Mas, por outro lado, onde as indústrias progrediam, a população acabava por se amontoar na periferia,fugindo à pobreza, onde havia filas de espera imensas para adquirir bens essenciais à sobrevivência.
       “O ritmo de crescimento da agricultura socialista acusa um atraso nítido relativamente ao ritmo de crescimento da indústria e das necessidades de consumo da população.
       Entre 1940 e 1952, […] a produção agrícola global cresceu somente 10%. […]”
Nikita Kruchtchev, 1953
   Com o passar do tempo, a economia planificada dos países de modelo soviético começou a mostrar as suas debilidades. Na agricultura, o descontentamento dos agricultores leva à sua desmotivação, há falta de investimento que se reflectem, evidentemente, na produtividade. A planificação da economia, não oferece a autonomia necessária ás empresas, que não controlam as produções, o equipamento, os trabalhadores , nem outros assuntos relacionados com a fixação de salários e preços ou na escolha dos seus fornecedores, impedindo-as de se desenvolverem. A procura de cumprir com os planos, atendendo à quantidade necessária de produzir, acaba por não haver uma preocupação com a qualidade dos produtos ou ao potencial dos equipamentos.



Conclusão:

Em suma, a URSS passou por muitas dificuldades para conseguir se relançar na economia, e mesmo após a morte de Estaline, em 1953, que permitiu a sua destalinização, que levou a uma orientação mais liberal, aberta ao diálogo com o Ocidente, as expectativas ficaram bastante aquém do que se esperava.
  Esta situação não se alterou e nem se tentou uma melhoria, pois na década de 70, Brejnev assume o poder, retomando um regime repressivo, o culto à personalidade , a corrupção e a burocracia, que “garantiu” uma verdadeira estagnação e o aumento do descontentamento.


  Fonte:



Trabalho Realizado : Bruna Fernandes nº 10 12ºJ


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