As mutações sociopolíticas e o novo modelo económico
1 – Mutações sociopolíticas
A crise do Estado-Nação
Para
compreendermos o conceito de Estado – Nação devemos primeiro analisar as
definições de Estado e de Nação. Uma boa definição de Estado é a dada por Aristóteles (filosofo grego do século IV a.C.)
quando este apresenta como elementos fundamentais para a existência de uma polis *:
um território (espaço geograficamente
identificado por fronteiras estáveis), um corpo cívico (população que habita esse espaço) e um conjunto de leis (organização
político-administrativa do território e do corpo cívico). Quanto à noção de
Nação entende-se como uma
população com a mesma origem que se fixou num determinado espaço e que, com
o passar do tempo, foi consolidando um conjunto de características e
interesses comuns formando assim uma etnia.
Dados estes dois
conceitos, agora é mais fácil compreender que Estado-Nação se entende por um território onde coabita uma nação politicamente organizada.
O Estado-Nação apresenta-se como uma das principais
heranças do liberalismo do século XIX e segundo este a um Estado deve
corresponder uma Nação**. Esta ideia começou a manifestar-se logo no século
XIX (por exemplo com a independência das colonias ibéricas da América Latina),
mais tarde, no final da 1ª Guerra Mundial (1918), já alimentada pela defesa do
direito de autodeterminação dos povos, manifesta-se no desmembramento dos
impérios autoritários europeus *** que deram
origem a novos estados. Outras situações foram por exemplo, as duas vagas de descolonização que se processaram nos anos 50 e 60. E após o fim da Guerra Fria com o
desmembramento da URSS (1991) muitos Estados surgem na Europa oriental e
balcânica assim como na Asia central e no Cáucaso. Com isto é possível afirmar
que os Estados – Nação alcançam uma expansão planetária e tornam-se importantes
elementos da ordem política internacional.
Contudo, nos finais do século XX é possível
verificar uma crise do Estado-Nação
devido em parte a dois factores:
1º -A nível interno,
a eclosão de conflitos étnicos e de nacionalismos separatistas em alguns
Estados que se apresentam como um obstáculo
à formação de uma identidade nacional ao mesmo tempo que deterioram a autoridade do Estado
central.
2 º - A nível
externo, o fenómeno da globalização contribui para “um mundo cada vez mais “mundializado” , ou seja, para o
encurtamento de distancias, para o aumento e aceleração da comunicação, da
circulação de capitais, mercadorias e pessoas. Resumindo, para um mundo sem fronteiras. É neste contexto que aumenta a tomada
de consciência de que a resposta dada pelo Estado-Nação a problemas transnacionais como, por
exemplo, os problemas ambientais ou a questão da segurança, eram insuficientes,
visto que estes problemas não podiam só ser resolvidos no quadro do
Estado-Nação. Assim, as autoridades
supra e transnacionais, como a União Europeia, a ONU, a UNICEF, entre
outras… ganham uma progressiva importância. Com isto, o papel do Estado-Nação
sai enfraquecido, pois a imposição das leis destas instituições ofuscam o poder
dos Estados, que veem assim as suas funções reduzidas.
A explosão das realidades étnicas
Nas últimas décadas
do século XX, tal como este título refere verificou-se uma “explosão das
realidades étnicas” o que gerou inúmeros conflitos que assolaram e ainda assolam o Mundo, nem
mesmo o velho continente Europeu é poupado. Os principais motivos destes
confrontos que eclodiram (na sua maioria) dentro de vários Estados foram:
- Por motivos predominantemente de origem religiosa que podemos ver
no caso:
-
Do conflito entre protestantes e católicos,
na Irlanda do Norte. Para encontrar
as raízes deste conflito teremos de recuar até ao século XII, a partir do qual
na Irlanda**** se começaram a erguer constantes
rebeliões contra o domínio britânico, estas rebeliões culminaram em 1916 com
uma insurreição na semana da Pascoa (ficando esta conhecida por “ Easter
uprising”). Este levantamento desencadeou uma cadeia de eventos que esteve na
origem da divisão da ilha em duas facções, uma a sul que formou um Estado (Estado
livre da Irlanda (1921)) e outra a norte que decidiu continuar a fazer parte do
Reino Unido (Irlanda do Norte). Nas décadas seguintes, a minoria católica, na
Irlanda do Norte (onde a maioria era protestante, ao contrario do Estado Livre
da Irlanda, onde a maioria era católica) era alvo de descriminação quer no
acesso ao emprego quer no acesso a alojamento, isto por sua vez acabou por
acender a rivalidade entre católicos e protestantes, que vai estar na origem
dos inúmeros confrontos. Um dos episódios mais marcantes deu-se a 30
de Janeiro de 1972, o "domingo sangrento" na Irlanda do Norte, em que
as tropas britânicas dispararam sobre 13 manifestantes (católicos) pacíficos.
(Musica: Sunday Bloody sunday - U2)
Na imagem dois soldados do exercito do governo de Sri Lanka |
Para informações
mais detalhadas sobre o assunto visite: CFR.org
- Por motivos mais conotados com a defesa de uma
identidade nacional, são inúmeros os exemplos, dos quais se podem
destacar:
·
O caso
das tensões étnicas na região do Cáucaso:
Conflitos no Cáucaso que tiveram inicio nos anos 80 |
Dos vários conflitos e tensões étnicas que podemos observar no mapa, destaco:
- Tchetchénia - Após a queda da URSS (1991), os tchetchenos exigiram à Rússia a sua independência. Esta luta pela independência marcada pelos seus atentados terroristas levados a cabo pelos separatistas tchetchenos, ainda duram até aos nossos dias
Estas imagens demonstram destruição causada pela intervenção do exercito russo na Tchetchénia, com o objectivo de por um fim à questão da independência.
- Ossétia do Sul - O conflito entre a Geórgia e a Ossétia do Sul começou ainda antes da independência da Geórgia face à URSS. Em 1989, a Ossétia do Sul declara a sua autonomia da Republica Socialista Soviética da Geórgia, o que dá inicio ao primeiro conflito que durou 3 meses e a uma luta pela independência que ainda não tem fim à vista. *****
·
Outros casos:
membros do grupo terrorista ETA |
- A Espanha, não escapa a esta onda de tensões separatistas, exemplo disso é o separatismo basco conduzido pela ETA (Euskadi Ta Askatasuna, significa em português Pátria Basca e Liberdade) um grupo terrorista que luta pela independência do país basco. A isto ainda se juntam a forte defesa de autonomia por parte de catalães e galegos, que coloca em causa a identidade nacional espanhola.
- No Sudeste Asiático aparece-nos o caso de Timor Lorosae, que após ter adquirido a independência de Portugal em julho de 1975, e depois de uma situação de guerra civil, foi invadida pela Indonésia a 7 de Dezembro de 1975. Tendo como objetivo dominar por completo o território timorense a Indonésia tentou ver-se livre da resistência, isto resultou em vários massacres da população timorense ( cerca de 200 000 vitimas). Contudo, no terreno a guerrilha não se rendeu e apesar dos seus meios reduzidos conseguiram em 2002 emancipar-se da Indonésia.
- Muitos outros conflitos poderiam ser referidos como por exemplo: o caso do Tibete relativamente à China; a luta pela libertação do Leste da Turquia do domínio de Ancara; o separatismo corso (ilha da Córsega) em relação à França; os conflitos no território da ex-Jugoslávia …
Características
comuns a destacar dos conflitos étnicos:
- Estes conflitos,
ao contrário dos do período da Guerra Fria (1947-89/91), são na sua maioria intraestáticos (dentro de um Estado e
não entre Estados).
- O genocídio apresenta-se como uma marca
destes conflitos étnicos. Este texto que se segue apresenta um exemplo destes genocídios. Este passa-se no Ruanda e relata um episódio do conflito entre a maioria hutu e a minoria tutsis.
- um dos
resultados destes conflictos em norma é o numero de refugiados.
As Questões transnacionais
Abordado o
primeiro factor causador desta “ crise do Estado-Nação”, partimos agora para o
segundo. Para contextualizar este tema transcrevo a seguinte passagem :
“ [Num Mundo onde]
De repente, a empresa onde trabalhamos pode ser deslocada para outro país, uma maré negra,
provocada por um naufrágio de um petroleiro em águas que não as nossas pode por
em causa (…) a nossa alimentação, a nossa qualidade de vida…
Uma
comunidade de imigrantes instalada perto de [nossa casa] pode causar-nos perplexidade… Aqueles benefícios fiscais, que o governo
anunciava por em pratica, podem, de súbito, ver-se anuladas por um qualquer
acordo internacional de convergência económica (…)
Podemos, ainda, numa vulgar saída à rua, ser
vitimas de um sequestro por parte de uma qualquer rede terrorista [nacional ou
transfronteiras] (…) “ in O Tempo da História - História A 12º
ano; Couto, Célia; Rosas, Maria; Porto Editora
Conseguimos, com
isto claramente entender que nos encontramos num mundo onde as distâncias foram
e continuam a ser encurtadas, onde as fronteiras (quase) desapareceram, onde
entre os diversos Estados à escala mundial existem mais e mais fortes laços de
interdependência. É fácil assim compreender que neste mundo existam questões
que sejam transversais a várias (e em alguns casos a todas) nações como:
- O ambiente
- As migrações
- A segurança
Simbolo da ONU, esta um exemplo de uma organização supranacional |
O Ambiente
Na década de 60,
os atentados ambientais como por exemplo: os acidentes nas centrais nucleares ******, contaminações químicas mortais, a poluição…
chamaram a atenção da comunidade
cientifica para os riscos ambientais que o desenvolvimento tecnológico tinha
provocado.
Neste sentido
surgem nesta altura um conjunto de organizações que procuravam chamar a atenção
da população mundial para os problemas que afectavam o ambiente e a necessidade
de protege-lo entre estas destaca-se a Greenpeace.
Surge assim uma consciência ecológica que se vai
desenvolver nas décadas seguintes até aos nossos dias.
A questão do
ambiente, ou melhor, o ambientalismo ganha
grandes proporções e torna-se um assunto incontornável a nível internacional. Esta
importância manifestou-se de uma forma expressiva :
·
Surgem,
na cena politica, os “Verdes”, ou seja, partidos políticos que têm como um dos seus principais objectivos a preservação do ambiente.
“ Somos solidários com todos os que intervêm em defesa do planeta e activamente se envolvem
na construção de uma democracia
participativa e de uma sociedade ecologicamente equilibrada: gente
que age em defesa da Vida, da Paz, da Natureza e do Ambiente.” in osverdes.pt
(linha orientadora do partido ecológico “Os Verdes”
português)
·
São
organizadas várias conferências e cimeiras internacionais:
Em 1979 - A primeira conferência mundial acerca
do tema, toma lugar em Genebra (Suíça) e tinha como objectivo alertar a
comunidade internacional para os efeitos da mudança climática.
Em 1988 - Organiza-se a “Toronto Conference
on the Changing Atmosphere”, conferencia que
reúne vários governos e cientistas a nível mundial. Nesta, os governos do
países presentes comprometeram-se a reduzir em 20 %, até 2005, as emissões de
CO2.
Em
1992 – A Cimeira da Terra, que teve
lugar no Rio de Janeiro ( Brasil), que contou com a presença de 117 chefes de Estado, teve como
objectivos conciliar o desenvolvimento económico com a
protecção do ambiente. Por outras palavras,
defendeu um desenvolvimento sustentável,
de forma a não comprometer os recursos naturais nem o ambiente.
(…)
Em 1997 – Decorre
a conferencia mais famosa relativa a este assunto, a conferência de Quioto, no
Japão. Desta sai o Protocolo de Quioto, que aplicando-se a todos os países
industrializados previa a redução das emissões dos gases com efeito de estufa
em 5 % até 2012. (Contudo, os EUA, o Estado mais poluidor a nível mundial
recusou-se a ratificar o protocolo)
Sem delongas, referirei
alguns problemas que têm vindo a afectar o Mundo e a captar a atenção da
comunidade internacional.
Aquecimento Global
Um dos assuntos mais
discutidos e que tem sido alvo de grande atenção quer por parte da comunidade científica
quer por parte dos media, etc… O aquecimento global é um problema que é do
conhecimento de todos. Este é provocado pelos elevados níveis de concentração
de CO2 na atmosfera que aumentam a intensidade do “efeito de estufa”, processo
responsável pelo aumento da temperatura média da Terra. Isto tudo tem por base
factores como:
O
aumento populacional - a
população mundial mais que duplicou na segunda metade do seculo XX, sendo em
1950 2,5 mil milhões, em 2000 atingia já os 6 mil milhões. Ora o aumento
populacional originou um aumento de consumo, esse aumento de consumo levou
claramente a um aumento da poluição
A proliferação dos automóveis – o número de automóveis e outros veículos
motorizados aumenta vertiginosamente atingindo os 800 milhões no final do
século XX. (dados do site da organização
de estudos ibero-americanos)
Para sintetizar o
que foi dito acima:
Desflorestação
A desflorestação
tema muito debatido da actualidade. Causa directa do aumento populacional, este é o principal factor que está por detrás de catástrofes naturais como as
cheias, ou de problemas como a degradação dos solos e a destruição de
ecossistemas.
E como uma imagem
vale mais que mil palavras, deixo aqui (mais do que uma) um excerto do
documentário “The 11th hour “ que aborda este tema:
Destruição da camada de Ozono
A camada de Ozono
é uma parte constituinte da atmosfera que nos protege da radiação ultravioleta.
Esta radiação extremamente nociva para o ser humano é responsável por doenças
como por exemplo o cancro de pele. Face ao progressivo desgaste da camada de
ozono causado pelas emissões químicas de CFC ( clorofluorcarbonetos) que são
usados nos sprays, frigoríficos, etc… As probabilidades de captarmos esse tipo
de cancro aumenta.
Zona preta é onde se situa o buraco de ozono |
As migrações
As migrações são
tal como o ambiente é uma questão transnacional que marcou a mudança do
milénio, uma prova disso é o facto de no ano de 2000 cerca de 150 milhões de
pessoas estavam a viver num país que não era o seu de origem.
Motivos
das migrações
As causas destas
migrações prendem-se:
- Com as razões tradicionais de origem económico-demográfica, razões
que estiveram na origem dos grandes movimentos migratórios dos finais do seculo
XIX 7*. Quando o local onde uma população vive
lhe deixa de fornecer as condições necessárias para a sua sobrevivência, quer
devido à escassez de recursos naturais e
económicos (motivos económicos), quer devido ao excesso populacional ( motivos demográficos), esta vê-se forçada a
procurar melhores condições de vida noutros locais/países. Podemos resumir isto a dois pontos fundamentais: fuga à pobreza e a busca de uma melhor qualidade de vida.
- Com razões políticas, os conflictos étnicos, que já foram
abordados acima, e outros conflictos,
em alguns casos de dimensão
internacional como o caso da Guerra do Golfo (1991), são responsáveis pelo elevado número de
refugiados e deslocados que saem dos seus países devido ao clima de guerra
e de insegurança que aí se vive.
Os fluxos migratórios
No Hemisfério Norte afirma-se como
principais destinos dos emigrantes: Os Estados
Unidos da América e o Canadá, a Europa Ocidental e o Japão.
No Hemisfério Sul os países de acolhimento de emigrantes são:
Os países do Golfo, a Argentina, a Austrália, o Brasil e a Africa do Sul.
Podemos verificar
isto neste mapa:
Os efeitos das migrações
As migrações dos
finais do seculo XX e dos inícios do seculo XXI, ao contrario das grandes
migrações do século XIX que eram vistas de forma positiva pelos países de acolhimento,
apresentavam-se como um problema complexo para os países de acolhimento.
Este problema
manifestou-se em diversas vertentes:
- A nível demográfico e económico, ao contrário
do final do seculo XIX, os países de
acolhimento já se encontram a braços com problemas económicos e com o excesso
populacional, desta forma os imigrantes
deparam-se com dificuldades no que respeita à entrada no mercado de
trabalho, o que muitas vezes acaba por frustrar o sonho de melhor qualidade de
vida.
- Através da xenofobia, que aparece principalmente
em países de acolhimento que já se deparam com problemas como o desemprego e
dificuldades económicas 8*. A população nacional passa a enfrentar os imigrantes
como concorrentes, por exemplo, a nível do mercado de trabalho.
Como exemplo disto
podemos apresentar o exemplo das eleições presidenciais de 2002 na França pois foram reacções xenófobas que levaram Jean-Marie Le Pen (candidato
da Frente Nacional – extrema direita) à segunda volta.
- Outro factor que
ajuda a criar um contexto de certa hostilidade
aos imigrantes é o facto da população nativa os ver como:
- Ameaças à coesão nacional, pois temem
que estes venham a formar fortes minorias étnicas
- Portadores de doenças originarias dos
países de onde chegam.
Apesar deste clima
de hostilidade face aos imigrantes têm sido levados a cabo medidas para
combater este clima e para promover a interculturalidade.
- A nível da
comunidade europeia podemos referir o cambio de estudantes de ensino secundário
( projecto Sócrates) e do ensino superior ( projecto Erasmus)
- A nível
intercontinental, temos o exemplo dos observatórios
culturais que servem para
fornecer informação aos governos sobre os diferentes países à volta do mundo,
da cultura destes, etc… de forma a facilitar a acção dos países de acolhimento
a aplicar politicas de protecção dos imigrantes e à implementação de programas
de promoção da interculturalidade,
com o objectivo de promover a aceitação das diferenças e assim facilitar a
integração dos imigrantes.
A segurança
Com o fim da
Guerra Fria e da constante ameaça nuclear, o mundo viu-se a braços com outras
ameaças que fazem com que a insegurança continue a pairar…
A principal ameaça
deste Mundo pós-Guerra Fria é o terrorismo, este ganha a 11 de Setembro de 2001
uma magnitude que o tornou um tema incontornável do mundo actual. Ora bem, esta
famosa data marca o dia dos atentados terroristas reivindicados por Al Qaeda 9* (rede terrorista islâmica) ao World Trade
Center (Nova Iorque), o coração económico dos EUA, e ao Pentágono (Washington),
o centro político-militar extremamente importante para os EUA.
Como já vimos quando falamos dos conflictos étnicos o terrorismo não é nenhuma novidade do século XXI, este surge por volta do terceiro quartel do século XX, acentuando-se nas décadas seguintes, devido ao surgimento dos nacionalismo e dos separatismos que levaram a conflitos étnicos e por outro lado, ao ressurgimento do fundamentalismo religioso.
O terrorismo é uma ameaça que está presente em quase todos os continentes:
- Na Europa podemos encontrar o terrorismo
basco ( ETA), o terrorismo tchetcheno ( “Emirado do Cáucaso”), o terrorismo
albanês (AKSH - Armata Kombëtare Shqiptare, em português, Exército Nacional Albanês )…
Osama Bin Laden ex-lider do grupo terrorista Al Qaeda ( capturado e morto em 2011 pelos EUA) |
- Na Asia situam-se organizações terroristas no Sri Lanka ( LTTE – Tigres
de Libertação de Tamil Eelam), na Indonésia e nas Filipinas (a “Jemaah Islamiah”, em português
“ Conferencia Islâmica”), na Palestina ( por exemplo o Hamas), no Afeganistão (a
Al Qaeda)
membros das FARC |
- Na América Latina, a Colômbia
vê-se confrontada com actos terroristas por parte das FARC (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia), por sua vez o Peru encontra no seu território
sediado o grupo terrorista Sendero Luminoso.
Imam Abubakar Shekau Lider do grupo terrorista Boko Haram |
- Da Africa chega-nos o exemplo da Nigéria que
ainda nos dias de hoje continua a ser pelo grupo terrorista e fundamentalista islâmico
"Boko haram", a
Argélia por exemplo é alvo de ataques terrorista do grupo mujahedin, um braço
da rede terrorista Al Qaeda.
Como
podemos ver o terrorismo é um fenómeno que atingiu uma proporção
global, e as inúmeras redes que existem espalhadas pelo mundo trocam entre si
informações, dinheiro, armamento, técnicas e até mesmo pessoal. Estas relações
tornam a tarefa de combater o terrorismo bastante complicada.
Mas não é só o terrorismo que contribui para a insegurança, mas também as facilidades de comunicação e a proliferação incontrolada de armas de destruição maciça como as armas nucleares, químicas e bacteriológicas. Por outro lado, os mercados de armas que se encontram fora do controlo dos Estados servem de abastecimento para as redes terroristas.
2- Mutações Económicas
Afirmação do neoliberalismo e
globalização
Á entrada nos anos
80, a imagem do mundo ocidental que vivenciava um período de prosperidade
económica (“Os Trinta Gloriosos”) tinha desaparecido. O período de prosperidade
conhece um abrupto fim em 1973. A média do crescimento do PIB dos países industrializados verifica um decréscimo
de 5,5% (período de 1962-73) para 2,2 % (no período de 1974-82/ sendo que nos
anos de 1975 e 82 o crescimento foi nulo).
A crise afectou
principalmente os sectores da siderurgia, da construção naval, o sector automóvel
e têxtil. Neste sentido, muitas empresas fecharam, consequentemente, o
desemprego verifica um aumento bastante acentuado.
Face à baixa
produtividade a inflação aumenta em flecha e a situação económica que se vivia
nesta altura passa a designar-se de estagflação,
este fenómeno inédito pretendia descrever a situação de estagnação da produção industrial e do aumento da inflação, esta situação era provocada pelos choques petrolíferos,
na medida em que estes aumentavam o preço do petróleo, que por sua vez fez crescer
o custo da produção de produtos industriais e, logicamente, levou ao aumento do
custo destes produtos, que está na base da inflação crescente e da estagnação
da produção industrial.
Face a esta
situação de que aparentemente não havia saída, o Estado-Providência que se havia afirmado durante o período de
prosperidade económica, estava agora a
ser posto em causa.
As causas da crise do Estado-Providência
são fáceis de compreender,
o caracter social do Estado acarretava elevadas despesas económicas e em
contrapartida as receitas do sistema de segurança social eram diminutas,
devido:
- Ao aumento da esperança média de vida e a diminuição da natalidade, que conduz a
um aumento das despesas com a terceira
idade, pois se os reformados vivem mais anos o Estado tem de os sustentar
por um tempo mais longo.
- À modernização dos serviços, que eliminou
vários postos de trabalho aumentando o
desemprego, que por sua vez gera uma redução da população contribuinte. A parte
da população que fica sem emprego e vê, assim, as suas condições de vida deteriorarem-se
e desta forma são obrigados a recorrer aos financiamentos do Estado (aumento
das despesas do Estado).
- Face à inflacção crescente o Estado vê-se forçado a aumentar os salários
dos servidores do Estado.
A afirmação do neoliberalismo
Nos anos 80 surge
uma doutrina económica que, face à ineficácia das propostas do keynesianismo (protecção
social e intervencionismo estatal na economia) , se comprometia a reerguer o
capitalismo, esta doutrina designou-se de neoliberalismo.
O neoliberalismo, que teve como
precursores Margaret Thatcher ( primeira-ministra britânica desde 1979 a 1991)
e o presidente americano Ronald Reagan ( 1980-1988), defendia:
Margaret Thatcher |
- A defesa da privatização dos serviços públicos
- Um controlo rigoroso das despesas públicas,
para tal levam a cabo medidas como a redução
do número de funcionários públicos, a redução
dos salários e o condicionamento das
despesas sociais.
- A promoção da livre iniciativa e da livre concorrência
- Medidas
que facilitassem a contratação e despedimento da mão-de-obra, dando uma maior
margem de manobra aos empresários.
Ronald Reagan |
- Um forte
investimento no sector da tecnologia (principalmente na cibernética, na
informática e na electrónica)
- Por fim,
defendia-se uma redução dos entraves alfandegários.
Como podemos ver o neoliberalismo reflecte um Mundo que
corre no sentido da globalização da economia.
Resultados das politicas neoliberais na economia das grande potências mundiais
Como podemos verificar através deste gráfico observamos um aumento da taxa de lucro da economia dos EUA |
A Globalização da Economia
A constituição de um mercado global
A globalização da
economia é um resultado das medidas levadas a cabo no pós-2ªGuerra Mundial (1945) que
visavam a criação de uma nova ordem económica e financeira.
Uma das medidas
para atingir esse objectivo era a cooperação económica internacional e para tal
era necessário combater os nacionalismos
económicos e promover uma abertura
comercial. Neste sentido criam-se órgãos económicos como o GATT ( criado em
1947) que tinha como objectivo abolir os entraves ao livre comercio.
Em 1991, o GATT evolui para OMC (Organização Mundial do Comercial) manifesta-se assim a confirmação de um comércio à escala mundial. Esta globalização da economia só se tornou possível graças ao desenvolvimento das TIC ( tecnologias de informação e de comunicação) e dos meios de transporte, que permitiu as grandes unidades industriais ultrapassarem as barreiras continentais e dispersarem-se pelo Mundo, surge assim o “(…)tempo da afirmação das empresas transnacionais que transformaram o mundo num mercado único.” Esta é a época em que o capitalismo atinge o seu auge.
Neste gráfico manifesta-se o sucesso do GATT |
Em 1991, o GATT evolui para OMC (Organização Mundial do Comercial) manifesta-se assim a confirmação de um comércio à escala mundial. Esta globalização da economia só se tornou possível graças ao desenvolvimento das TIC ( tecnologias de informação e de comunicação) e dos meios de transporte, que permitiu as grandes unidades industriais ultrapassarem as barreiras continentais e dispersarem-se pelo Mundo, surge assim o “(…)tempo da afirmação das empresas transnacionais que transformaram o mundo num mercado único.” Esta é a época em que o capitalismo atinge o seu auge.
Este mapa espelha claramente a concretização de uma economia globalizada e de intenso comercio mundial |
Conclusão
O fim do século XX e o inicio do século XXI a Humanidade entra numa nova era. Na qual se vê a braços com vários desafios, as disputas etnicas, os nacionalismos separatistas e o terrorismo que surgem após o fim da Guerra Fria, apresentam-se como as novas ameaças à segurança internacional . Não são só os seres humanos que enfrentam desafios, elementos estruturantes quer da organização politica internacional, como é o caso do Estado-Nação, quer do sistema económico, o caso do Estado-Providência, enfrentam inúmeros obstáculos e são mesmo postos em causa. Sendo, no caso do ultimo exemplo, ultrapassado.
Notas:
* cidade autónoma onde o poder era exercido pelos cidadãos livres
** Contudo, e contrariando esta ideia, a verdade é
que um pode existir sem o outro, ainda que se possa afirmar que isso gere uma
realidade sociopolítica incompleta e instável. Exemplo disso são, os Estados
plurinacionais, ou seja, dentro de um estado coabitam várias nações, entre as
quais uma delas se afirma como hegemónica. Outro exemplo são as
nações pluriestatais, por exemplo uma nação que esta espalhada por vários
Estados
*** Refere-se aos impérios autoritários europeus: O Império Austro-Hungaro, o Império Otomano e o Império Alemão
**** - Neste período a Irlanda encontrava-se sobre o domínio inglês
***** - Este
clima instável entre estes dois prolongou-se até 2008, não tendo ainda um fim
concreto em vista, contudo estes territórios conseguiram um reconhecimento
parcial da sua autonomia ( Ossétia 5 países e Abacasia 6 países – Inclui a Rússia)
****** - pode-se destacar: o acidente de Mayak ( URSS) (1957); o acidente no reactor nuclear Windscale no Reino Unido (1957) e por fim em 1961 no Idaho ( EUA) uma explosão num reactor nuclear
7* - Para mais informações : Infopédia
8 * - Nesta altura estes países passavam por uma grave crise económica que é abordada neste trabalho, no capitulo das mutações económicas.
9 * - Rede terrorista afegã criada em 1987 por Osama Bin Laden. Desde 1988 que esta rede terrorista tem como alvo os EUA
Conceitos:
Globalização - organização à escala mundial da produção e da comercialização de bens e serviços, como se o mundo constituísse um enorme mercado comum.
Ambientalismo - Conjunto de teorias e praticas que visam a preservação do meio ambiente
interculturalidade - Processo de relações reciprocas que se estabelecem entre distintas, que se procuram conhecer, compreender e partilhar pontos de vista e experiências.
Terrorismo - Conjunto de actos violentos e intimidatórios contra pessoas, populações, bens materiais e governos a fim de obter mudanças politicas, sociais, religiosas. O terrorismo é perpetrado por individuos isolados ou organizados.
Neoliberalismo - Adaptação do liberalismo económico do século XIX pelo capitalismo anos 80 do século XX . Criticando a intervenção a intervenção do Estado na vida económica e social, o neoliberalismo defende o respeito pelo livre jogo da oferta e da procura .
Webgrafia:
- BBC / BBC (2)
- CFR.org
- Infopédia - (1) e (2)
- The Telegraph
- Osverdes.pt
- University of New Mexico
- Greenpeace
- Organização de Estudos Ibéro-americanos
- Radio Renascença
- Deutsche Welle
Bibliografia:
O Tempo da História - História A 12º ano - parte 2 e 3; Couto, Célia; Rosas, Maria; Porto Editora
Preparação para exames 2006; Porto editora
Sociologia em acção - Sociologia- 12º ano; Pombo, António; César, Filipa; Lopes, João; Alves, Maria ; Porto Editora
Trabalho realizado por: Tiago Conceição nº 25
****** - pode-se destacar: o acidente de Mayak ( URSS) (1957); o acidente no reactor nuclear Windscale no Reino Unido (1957) e por fim em 1961 no Idaho ( EUA) uma explosão num reactor nuclear
7* - Para mais informações : Infopédia
8 * - Nesta altura estes países passavam por uma grave crise económica que é abordada neste trabalho, no capitulo das mutações económicas.
9 * - Rede terrorista afegã criada em 1987 por Osama Bin Laden. Desde 1988 que esta rede terrorista tem como alvo os EUA
Conceitos:
Globalização - organização à escala mundial da produção e da comercialização de bens e serviços, como se o mundo constituísse um enorme mercado comum.
Ambientalismo - Conjunto de teorias e praticas que visam a preservação do meio ambiente
interculturalidade - Processo de relações reciprocas que se estabelecem entre distintas, que se procuram conhecer, compreender e partilhar pontos de vista e experiências.
Terrorismo - Conjunto de actos violentos e intimidatórios contra pessoas, populações, bens materiais e governos a fim de obter mudanças politicas, sociais, religiosas. O terrorismo é perpetrado por individuos isolados ou organizados.
Neoliberalismo - Adaptação do liberalismo económico do século XIX pelo capitalismo anos 80 do século XX . Criticando a intervenção a intervenção do Estado na vida económica e social, o neoliberalismo defende o respeito pelo livre jogo da oferta e da procura .
Webgrafia:
- BBC / BBC (2)
- CFR.org
- Infopédia - (1) e (2)
- The Telegraph
- Osverdes.pt
- University of New Mexico
- Greenpeace
- Organização de Estudos Ibéro-americanos
- Radio Renascença
- Deutsche Welle
Bibliografia:
O Tempo da História - História A 12º ano - parte 2 e 3; Couto, Célia; Rosas, Maria; Porto Editora
Preparação para exames 2006; Porto editora
Sociologia em acção - Sociologia- 12º ano; Pombo, António; César, Filipa; Lopes, João; Alves, Maria ; Porto Editora
Trabalho realizado por: Tiago Conceição nº 25
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