Portugal no novo quadro internacional
Integração Europeia |
Após
os anos conturbados que levaram Portugal para 48 anos de ditadura e,
posteriormente, a um ano em que a esquerdização política do país estava
saliente, a situação do país mostrava-se, finalmente, a mostrar sinais de
desenvolvimento em todos os níveis. A ditadura foi eliminada com o golpe
militar do 25 de Abril de 1974, enquanto que o Gonçalvismo, responsável pelo
PREC (Processo Revolucionário em Curso) foi destruído pelo General Ramalho
Eanes, com o golpe militar do 25 de Novembro de 1975.
Posto
isto, a democracia foi consolidada e com a Constituição 1976 foi atribuida a transferência de poderes às colónias
portuguesas e a Europa abriu as suas “portas” a Portugal.
Assim,
em 1986, o país integra a CEE, um mercado em grande desenvolvimento, onde
Portugal poderia benificiar de programas de modernização, propícios ao seu
crescimento económico. E, por outro lado, a Comunidade Económica Europeia
estava interessada nas economias ibéricas (incluindo, Espanha), que tinham em
sua posse produtos de que a Europa Central e do Norte era deficitária.
A
integração na Europa democrática acabaria por consolidar pontos instituidos na
Constituição de 1976 e, deste modo, deixaria de ser o país “orgulhosamente só”
de Oliveira Salazar, para cooperar, juntamente, com as mais poderosas
democracias europeias e mundiais.
Entre 1986 e 1991, Portugal encontra-se num período transitório, onde o seu desenvolvimento é inferior ao dos outros estados-membros.
Entre 1986 e 1991, Portugal encontra-se num período transitório, onde o seu desenvolvimento é inferior ao dos outros estados-membros.
A Integração Europeia
Em
Julho de 1975, a Comunidade Europeia disponibiliza-se a ajudar economicamente e financeiramente Portugal, contudo o apoio foi
limitado devido à situação não democrática do regime, à manutenção das guerras
coloniais e pelo atraso económico.
A
sua adesão ao Conselho da Europa, em 1976 (após fim do Gonçalvismo), fez da
“opção europeia” um projecto constante, cujo seu único objectivo era a
integração na comunidade dos países europeus. O pedido formal foi efectuado
pelo o primeiro-ministro Mário Soares.
Todo
o esforço de Portugal para atingir os parâmetros exigidos pela Comunidade levou
à assinatura do Tratado de Adesão, em 1985, no Mosteiro dos Jerónimos. No dia 1
de Janeiro de 1986, integra plenamente a CEE, juntamente com a Espanha,
considerando a adesão peninsular como um todo.
“A opção europeia foi tomada pelo I
Governo Constitucional, em Abril de 1977 com a então Comunidade Económica
Europeia. […] O Tratado de Adesão foi, finalmente, assinado em 12 de Junho de
1986, (…) seguida, à tarde, pela assinatura da adesão de Espanha, no Palácio
Real do Oriente, em Madrid. […]
Desde então, Portugal, que havia completado a
intitucionalização do sistema democrático e pluralista, deu um grande salto em
frente no seu desenvolvimento material, entrando definitivamente no chamado
primeiro mundo, visto participar de pleno direito num dos pólos de
desenvolvimento económico, científico e tecnológico mais avançados do Planeta.”
Mário Soares, 1988
- Portugal depois do fim do “Império”
Assinatura do Tratado de Adesão |
Foi
graças à CEE, que Portugal assistiu ao seu desenvolvimento e ás transformações
tanto na sua sociedade como na sua vida política e financeira. No entanto, os
seus problemas eram mais salientes nos dois últimos, devido ao elevado índice
de desemprego, o grave atraso económico em consequência da falta de
investimento, grave inflação, que se repercutia nos salários, débil dinamimo
empresarial, infra-estruturas produtivas obsoletas (arcaicas, antiquadas) pouco
desenvolvimento tecnológico.
1. Vida Política
A
integração de Portugal na CEE consolidou, de vez, as instituições democráticas
do país, onde com maioria absoluta venceu o Partido Social-Democrata, com
Cavaco Silva, indo ao encontro de uma democracia, definitivamente, pluralista,
moderna e ocidental, levando Portugal a
ocupar um lugar de prestígio na cena política internacional.
2. Vida Económica
-PEDAP (Programa Específico do Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa), que
substitui as técnicas arcaicas por outras mais modernas e rentáveis à
agropecuária.
-PEDIP (Programa Estratégico de
Dinamização e Modernização da Indústria Portuguesa), onde um dos seus
objectivos era reduzir e eliminar as fontes de poluição.
-PODAEEF (Programa de Desenvolvimento e Apoio a Estruturas de Emprego e
Formação) e PRODEP (Programas de Desenvolvimento Educativo para Portugal), têm
por objectivo aumentar as qualificações da população, combatendo contra o
atraso da formação profissional e modernizando o sistema de ensino.
A CEE impôs várias directivas, abrangendo sectores como a fiscalidade, a energia e o ambiente, onde Portugal teria de se adaptar gradualmente às normas comunitárias.
A CEE impôs várias directivas, abrangendo sectores como a fiscalidade, a energia e o ambiente, onde Portugal teria de se adaptar gradualmente às normas comunitárias.
A economia portuguesa, na última
década do séc. XX, caracterizou-se por um elevado crescimento e
desenvolvimento, mostrando sinais de prosperidade económica, como o aumento do
investimento estrangeiro, a baixa inflação, aumento das exportações e a
diminuição da dívida externa.
3. Vida
Social
O sector terciário ganhou uma maior importância, tornando o
sector primário bastante submisso. Novas alternativas de emprego vão surgindo
em consequência do aumento das pequenas e médias empresas das telecomunicações,
da informática e das grandes superfícies comerciais. Essas novas alternativas
visam uma boa remuneração, pois o Estado vive em estabilidade financeira e onde
são vísiveis as melhorias das regalias sociais.
O aumento do poder de compra e a
melhoria da qualidade de vida faz com
que a banca se abra, concedendo créditos com mais facilidade.
1970
|
1981
|
1984
|
1991
|
1994
|
1997
|
1998
|
|
População activa (em milhares)
|
3255
|
4183
|
4573
|
4395
|
4564
|
4645
|
4987
|
Taxa de Actividade
|
37,1
|
42,5
|
57,3
|
44,6
|
48,8
|
49,5
|
50,0
|
Taxa do sector primário
|
31,7
|
19,3
|
24,5
|
10,8
|
11,4
|
13,6
|
13,5
|
Taxa do sector secundário
|
37,3
|
39,1
|
34,6
|
37,9
|
31,8
|
31,3
|
35,8
|
Taxa do sector terciário
|
36,0
|
41,6
|
40,9
|
51,3
|
56,8
|
55,1
|
50,7
|
Taxa de desemprego
|
2,8
|
6,8
|
7,5
|
6,1
|
6,9
|
6,8
|
5,0
|
De acordo com
o documento podemos verificar que ao longo dos anos o sector primário foi
perdendo a importância, sendo substítuido pelo sector terciário, que apresenta
uma taxa de cerca de 50,7, em 1998. A nível de população activa nota-se um
aumento bastante relativo, registando cerca de 4987 mil pessoas.
4. Transformações
A
integração europeia operou diversas modificações que pretendiam modernizar as
infra-estruturas (telecomunicações, abastecimento de água, redes de gás e
electricidade. Isto graças a mais um programa, o PRODAC (Programa de
Desenvolvimento das Acessibilidades), que leva a cabo a contrução de
auto-estradas, itinerarios principais, redes ferroviárias.
Ponte Salazar (25 de Abril) |
A
ponte Salazar, mais tarde renomeada ponte 25 de Abril, foi contruída m 1962,
vendo-se concluída a 6 de Agosto 1966, numa cerimónia, no lado de Almada, que
contou com a presença de Américo Tomás, de Oliveira Salazar e do Cardeal
Patriarca de Lisboa.
Na
realidade, legalmente, a ponte era designada por Ponte sobre o Tejo.
A
sua construção mostrou as preocupações de Portugal em modernizar as
infra-estruturas, contudo “a maior e mais bela ponte do mundo” (Jornal Diário de Notícias) tornava-se um
pouco ultrapassada, em comparação com o desenvolvimento europeu.
Ponte Vasco da Gama |
A
ponte Vasco da Gama é a ponte mais extensa da Europa, muito próxima do Parque
das Nações, que liga Montijo e Alcochete a Lisboa e Sacavém. Foi inaugurada a
29 de Março de 1998. Actualmente, e a nona ponte mais extensa do mundo. O nome
da ponte comemora os 500 anos da ida de Vasco da Gama à Índia, em 1498.
Esta
ponte correspondeu a todas as exigências impostas pela realização da Exposição
Universal (Expo ’98).
Problemas
A
abertura ao exterior, trouxe as suas vantagens, mas também teve os seus
problemas, pois Portugal ao entrar na Comunidade Europeia submeteu-se a um
mercado altamente competitivo, onde a concorrência era claramente grande. As
questões orçamentais do governo português passam a ser controladas pelas
políticas da União Europeia. As empresas, pela facilidade e abertura,
deslocaram-se para outros mercados, mais rentáveis e competitivos. As
assimetrias regionais são bastante acentuadas e não há controlo nem da
criminalidade, nem da imigração.
Assim,
nota-se uma enorme dependência da economia internacional, acentuando, deste
modo a necessidade desta para se desenvolver e modernizar.
Em suma, a
entrada de Portugal na Comunidade Europeia contribuiu para o seu
desenvolvimento e crescimento, conseguindo modernizar-se através de múltiplos
programas de apoio económico e financeiro e de avultadas verbas. E, apesar, da
grande dependência as modificações foram vísiveis, eliminando o “orgulhosamente sós” de António de Oliveira
Salazar, revelando um Portugal aberto ao exterior e em progressivo crescimento. Contudo, só com o passar do tempo é que Portugal poderá conseguir ultrapassar os bloqueios que vêm a detectar a nível político, económico, social, ou no plano educativo, cultural ou científico.
A sua integração na comunidade europeia tornou-se numa mais valia, mas será que Portugal soube aproveitar as oportunidades que foram surgindo?
“Carecemos de ser tão sábios e tão ricos como os melhores da Europa, não porque aí esteja o fim das nossas ambições, mas porque, sem conseguir primeiro isso, jamais poderemos vê-las realizadas”.
Oliveira Martins , História da Civilização Ibérica
Fontes:
- Manual Preparação para o Exame Nacional, História A 2012
- Tempo da História A, 12ºAno
- http://www.infopedia.pt/$adesao-de-portugal-a-cee
- wikipedia.com
- http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v43n2/v43n2a09.pdf
Bruna Fernandes, nº10 12ºJ
Falta a referência a mais fundos...
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