Fig. 4 Reservas/Importações (em mês de importações)
Em 1978 a integração da China no mercado motivou a pacificação com o Japão pondo fim à tensão sentida desde a invasão da Manchúria em 1931 aquando do desespero do primeiro para ultrapassar a crise tentando conquistar território chinês com o fim de obter as suas matérias-primas, tal como vemos na fig. 5 que nos remete para a riqueza do país em 2009 que é, sem dúvida, a superpotência sem no entanto a ser realmente.
Em 1979 as relações diplomáticas com os EUA foram reestabelecidas.
Porém, nem tudo é paz...A política continuava a mesma, havendo a repressão eminente e não havendo liberdades individuais. As desigualdades sociais eram preocupantes, não tendo toda a população acesso às mesmas oportunidades, sendo que nas regiões costeiras se afirmava a burguesia empresarial, no interior o empobrecimento era galopante e sem usufruto de qualquer modernização.
A inflação também era uma realidade para o povo chinês, antes controlada pelo Estado, tal como o desaparecimento da segurança social. Por aqui pode-se rapidamente deduzir que havia descontentamento pela falta de democracia, que dá asas à ocupação da Praça Tiananmen a 15 de Abril de 1989. Com a visita de Gorbachev a Pequim, a repressão agravasse. Ficou mundialmente conhecido como o "Massacre de Tiananmen".
Um video muito interessante do massacre, está em inglês que é de fácil percepção e imagens muito boas da época: http://www.youtube.com/watch?v=6inWKFKv9UA
Deixo uma entrevista da revista electrónica Guernica com Wuer Kaixi (figura abaixo do homem que é hoje, do lado esquerdo e do jovem estudante revolucionário que foi, do lado direito), o jovem estudante que liderou a greve de fome:
"Logo após Tiananmen, veio a idependência do Timor Leste, Mandela deixou a prisão, o Muro de Berlim caiu. O mundo parecia estar a ficar melhor. Depois do Onze de Setembro, veio a guerra no Oriente Médio e a ideia de que o mundo está melhor ficou difícil de defender.
Mas depois de 1989, a China ficou melhor. Depois de Tiananmen, o Partido Comunista decidiu fazer um acordo com o povo chinês. Ofereceu liberdade económica em troca de cooperação chinesa. É um mau acordo, porque tanto liberdade política como a económica não pertencem ao governo para que ele possa oferecê-la. Mas, de qualquer forma, o povo aceitou o acordo e o Partido Comunista deixou o dia-a-dia das pessoas.
Não há mais um Estado ideológico e é por isso que o povo chinês concordou com apenas liberdade económica."
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Fig. 5 Variação do PIB no mndo em 2009
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Fig. 6 Capital de empregado por trabalhador
Fig. 9 Fábrica chinesa
Um link de um vídeo que demonstra a ideia de produtividade nas fábricas: http://www.youtube.com/watch?v=0LX3URYoBOQ&feature=related
Apesar do trabalho abundante e barato,como se observa na fig. 6 onde a China é o país com menos capital investido nos empregados e na fig. 7 de uma fábrica com alta produção; o povo chinês hoje em dia é bastante escolarizado, e dá muita importância à educação, que podemos ver na fig. 8, em baixo, que já em 2005 tinha médias bastante boas quer a nível nacional, quer em sectores como a construção, manufactureiro, bancário.
A importância que referi ao nível da educação é tanta que em Huanggang, localizada na província central de Hibei, os alunos da sua escola de ensino médio ganharam 25 medalhas em competições internacionais de ciência e matemática, levando a que 99% dos alunos sejam aprovados, e mais tarde se mudem para as cidades e que tenham sucesso nos seus empregos uma vez que são educados para prestarem serviço ao país e darem produtividade e fluidez à economia deste.
Para ilustrar esta realidade, embora, naturalmente, com as suas pequenas falhas, dou o exemplo do exame de ensino médio (secundário) denominado "gaokao" que é completamente controlado não podendo os carros buzinar perto da escola durante o tempo de exame, e os alunos sendo controlados para não chegarem atrasados de forma a não perderem este, isto é feito sobre o olhar atento da polícia chinesa.
Como se pode comprovar com a fig. 9 o investimento na formação chinesa para outros países é muito grande, sendo de destacar a escolha dos EUA como 1ª opção de destino.
Mais uma vez é visível na fig. 10 a aposta nos estudos superiores, em 2006 e 2007 em ciências e engenharia.
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Fig. 8 Escolaridade média da população chinesa em 2005
Fig. 9 Número de estudantes por país que foram estudar para fora
Fig. 10 Percentagem de estudantes universitários, Graduados e recém doutorados em Engenharia na China e OCDE nos anos de 2006 e 2007
Fig. 11 Made in China
Hoje em dia a China ainda mantém o regime de partido único e totalitário. Com este controlo a China pode equiparar-se aos EUA em termos de produção, porém em termos de trabalho operário que é abundante, por falta de escolarização, sendo desta forma a preços muitíssimo baixos e neste aspecto não há evolução no país, repetindo-se o cenário de desigualdades discrepantes, há porém cada vez mais a preocupação por parte da sociedade em geral, e principalmente por parte do Estado em incentivar as novas gerações a escolarizarem-se de forma a evoluírem a economia com novos métodos.
A China tem cerca de 1,4 biliões de habitantes, podendo chegar mesmo aos 1,7 biliões contando com as pessoas que têm o segundo filho mas não o registam por receio das medidas repressivas tomadas para o controlo da natalidade. Como podemos ver na fig. 12 um estudo para estimar a população em 2050 que vem imediatamente a seguir à Índia.Tal também se verifica na fig. 13, com o estudo mais abrangente de 100 anos, onde ambos os documentos se cruzam, mostrando que a Índia vai, sem dúvida ultrapassar a China em crescimento populacional.
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Fig.12 Estimativa da população para 2050
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Fig. 13 Crescimento populacional e projecções 1950-2050 em vários países destacando a China e População rural e urbana na China
Em termos de recursos minerais, a China ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, esse factor é importante para o abastecimento das indústrias e contribui para o crescimento económico do país.
O principal minério chinês é o carvão mineral, sendo o maior produtor mundial, além de ocupar o ranking de sétimo lugar em produção de petróleo, pois corresponde a 4,6% de todo minério fóssil do mundo. Outros minérios importantes e encontrados com abundância são estanho, ferro e alumínio.
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Para reforçar a situação actual do país deixo o artigo do jornal português Correio da manhã, do dia 27 de Fevereiro deste ano, no qual o Presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick fala sobre o modelo de crescimento actual da China:
China: Actual modelo de crescimento "é insustentável"
O presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick, exortou hoje a China a "reformar" a sua economia, afirmando que o país "atingiu um ponto de viragem" e que o "actual modelo" de crescimento é "insustentável".
"A causa a favor das reformas é convincente porque a China atingiu agora um ponto de viragem no seu processo de desenvolvimento", disse Zoellick em Pequim, no lançamento do estudo "China 2030", elaborado pelo Banco Mundial e pelo Centro de Investigação e Desenvolvimento do Conselho de Estado chinês. Segundo Zoellick, o modelo de crescimento da China, assente em grande parte nas exportações , "não é sustentável". "Chegou a altura de estar à frente dos acontecimentos e adoptar grandes mudanças nas economias mundial e nacional", acrescentou. A economia chinesa cresceu em média cerca de dez por cento ao ano ao longo das últimas três décadas, sendo hoje a segunda maior do mundo, a seguir à dos Estados Unidos. "Os líderes chineses reconheceram que o modelo de crescimento do país, que teve tanto sucesso nos últimos trinta anos, necessitará de mudar e acolher novos desafios", disse Zoellick. O presidente do Banco Mundial considerou que a China tem agora "uma oportunidade" para "promover um crescimento inclusivo, sem danificar mais o ambiente" e "continuar o seu caminho para se tornar um responsável parceiro da economia internacional".Contudo, Zoellick advertiu que o referido estudo, apesar de patrocinado pelo governo chinês, deverá suscitar resistências por parte de pessoas com "interesses instalados" no modelo actual. "As reformas não são fáceis. Muitas vezes geram recuos", disse. O estudo recomenda nomeadamente o "redimensionamento do vasto e poderoso sector das empresas estatais", adiantou no fim-de-semana a imprensa oficial. Em 2011, o crescimento da economia chinesa abrandou para 9,2 por cento - menos 1,2 pontos percentuais que em 2010 - e este ano deverá continuar a abrandar. O crónico excedente comercial da China também diminuiu devido à queda da procura na União Europeia e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados das exportações chinesas.
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Mónica Gomes
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