sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fascismo Italiano

Fig.1 Benito Mussolini







"É melhor viver um dia como um leão do que uma centena de anos como uma ovelha"

                                                Benito Mussolini










O QUE É?
Fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante o seu governo. A palavra “fascismo” deriva de fascio, nome de grupos políticos que nasceram na Itália em finais do século XIX e inícios do século XX. Deriva também de fasces, que no tempo do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era envolvido por varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Opunha-se ao liberalismo, socialismo e democracia. Contribuiu para o aparecimento de outros regimes de extrema-direita.

Fig.2 símbolo do Partido Nacional Fascista


O QUE FAVORECEU A ASCENSÃO DE MUSSOLINI E DO FASCISMO?
Após a 1ª Guerra Mundial, as consequências para a Itália foram desastrosas:
  •       Não ganharam nada com a realização do Tratado de Versalhes em 1919;
  •       O número de mortos atingiu os 650.000;
  •       A região de Veneza ficou completamente destruída;
  •       Crescimento das dificuldades económicas, do desemprego e da inflação;
  •       Desvalorização da moeda e consequente subida de preços;
  •       Crise de 1929 agravou a crise do pós-guerra (consolidação do Fascismo);
  •       Dificuldades de reconversão nas indústrias metalúrgicas, química e da borracha.

O governo liberal mostrava-se incapacitado em solucionar a crise levando a população a fazer greves, revoltas e manifestações contra o governo. Por causa da não resolução da situação difícil, operários e camponeses (camadas baixas) pediam uma mudança política que fosse ao encontro dos seus pedidos. Por isso, viram com bons olhos, à semelhança do que aconteceu na Rússia após a revolução de Outubro de 1917, a implantação do comunismo. Pelo contrário, grande burguesia, classe média e alta, não viam com bons olhos a solução apresentada pelas camadas baixas. Portanto, as camadas altas sentindo-se ameaçadas, apoiaram-se num pequeno grupo político, disposto a acabar com a força revolucionária: o Partido Nacional Fascista (PNF), criado, em 1921, por Benito Mussolini. Empenhados em demonstrar a fraqueza do Governo Liberal, os fascistas apresentavam-se como os únicos defensores da ordem. Foi neste contexto que Mussolini e os fascistas realizaram, a 30 Outubro de 1922, a Marcha sobre Roma, que levou à nomeação de Mussolini para Primeiro-Ministro pelo rei Vítor Emanuel III. Em 1924, realizam-se eleições legislativas, nas quais o PNF sai vitorioso através do recurso à fraude e à intimidação. Em 1925, Mussolini acumula o cargo de 1º ministro com o de chefe de governo e de secretário de estado.

Fig.3 Marcha sobre Roma 





















O GOVERNO FASCISTA DE MUSSOLINI (1925-1945)
Chegado ao poder, em 1925, Mussolini elimina o Estado Democrático e implanta um Estado Totalitário na Itália: eliminou a oposição; o Senado e a Câmara dos Deputados desparecem; extinção de todos os partidos políticos, excepto o Partido Nacional Fascista (PNF); estabelecimento de uma linha única de candidatos; fim da liberdade de imprensa, da oposição e do direito à greve; criação da polícia politica – a OVRA (Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo) – com o objetivo de vigiar, prender e assassinar os opositores do regime. Assim, o governo de Mussolini torna-se numa ditadura. Todo o poder ficou concentrado nas mãos de Mussolini e todas as organizações que não fossem fascistas eram consideradas ilegais. Mussolini passou a receber o nome de DUCE (chefe, líder).

Realizações do Fascismo
1à RELIGIÃO: desde 1870, as relações entre a Igreja e o Estado não existiam. Mas, com o Tratado de Latrão, em 1929, Mussolini resolveu o problema. O Tratado de Latrão foi um acordo entre o Estado Italiano e a Igreja Católica onde:
  •       O Estado reconheceu a soberania da Igreja sobre o Vaticano (torna-se um estado independente e livre);
  •       A Igreja Católica recebia uma compensação monetária pela perda dos seus territórios;
  •       O casamento civil seria comparado ao religioso;
  •       O ensino da religião católica seria obrigatório em todas as escolas.

Ao assinar este tratado, Mussolini garantiu apoio católico para o seu regime.

2à ECONOMIA: adotou uma política económica intervencionista e nacionalista que ficou conhecida pelo nome de autarcia. Propunha-se a auto-suficiência económica (produzir e consumir produtos nacionais), de maneira a evitar crises de capitalismo como a Grande Depressão dos anos 30. Exaltadas de forma espetacular pela propaganda, realizaram-se grandes batalhas de produção:
Ø  Em 1927, a “batalha da lira” procurava a estabilização da moeda.
Ø  A “batalha do trigo”, iniciada em 1925, aumentou a produção de cereais e fez diminuir as levadas importações que agravavam o défice comercial.
Ø  A “batalha da bonificação” conseguiu a recuperação de terras e a criação de novas povoações nas zonas pantanosas a sul de Roma.
Construíram-se obras públicas (estradas, pontes, vias férreas, centrais hidroeléctricas,…) para combater o desemprego da Grande Depressão, em 1930.

Fig.4 Mussolini participando na "batalha do Trigo"




















3à SOCIAL E DEMOGRÁFICO: em 1927, concretiza-se a Carta del Lavoro (carta do trabalho). Estabelecia concessões aos trabalhadores: seguro contra acidentes, 8 horas diárias de trabalho,…; e estabelecia um controlo rígido sobre os trabalhadores: os sindicatos foram extintos e as greves proibidas. Quanto à política demográfica, o governo estabeleceu vantagens para as famílias mais numerosas, uma vez que a expansão italiana deveria ser assegurada por uma população forte.

4à PRODUÇÃO NACIONAL: colocaram taxas alfandegárias sobre os produtos estrangeiros fazendo com que eles fiquem mais caros do que os produtos italianos. 

Princípios Ideológicos do Fascismo
ü  Autoritarismo: Mussolini governa sozinho, detém os poderes legislativos e executivo. Não existe qualquer tipo de fiscalização ou oposição ao seu governo.
ü  Totalitarismo: o Estado controlava toda a vida económica, social, política e cultural. Rejeita todo e qualquer tipo de agrupamentos. O Estado era, ainda, anti-individualista, anti-comunista, anti-sindicalista, anti-partidarista, corporativista, anti-parlamentar e impunha o partido único, o PNF.
ü   Nacionalista: defendia-se os valores nacionais que sustentavam as diferenças entre povos e nações. Quando levado ao extremo, pode conduzir à crença de superioridade de uma nação em relação a outras, levando, muitas vezes, à agressividade, à guerra,…
ü  Militarismo: uso do poder assente na força. Para tal, recorria-se ao exército e às milícias armadas, os “camisas negras, para, através da repressão e da violência, impor a autoridade.
ü   Ideologia oficial: inexistência de liberdade de expressão e de opinião, pois toda a informação, toda a instrução e toda a cultura eram dirigidos pelo governo fascista. Desta forma, controlava-se a população e evita-se o pluralismo de ideias. Nas escolas, havia um único livro para cada ano/disciplina.
ü  Culto da obediência: incutia-se à população em geral (soldados, funcionários, jovens,…), a obediência cega aos seus superiores, aos pais, ao DUCE.
ü  Culto da personalidade: veneração e engrandecimento da personalidade de Mussolini, líder e salvador do povo. Era comparado ao padre eterno (DEUS).


Fig.5  Mussolini na presença dos Balilas 


















EXPANSIONISMO E FORMAÇÃO DO EIXO
Em termos de política externa, uma das principais propostas defendidas pelo fascismo era o direito da Itália ao seu “espaço vital”, ou seja, o direito de anexar territórios com o intuito de aumentar o crescimento económico. Uma das primeiras atitudes expansionistas do Estado italiano foi incentivar a fundação de Fascios, em países onde imigrantes italianos se tinham instalado.
Em 1919, tropas italianas ocuparam o porto de Fiume, na Dalmácia, por um ano; em 1923, tomaram a ilha grega de Corfu. Tais atitudes enalteciam o nacionalismo italiano e demonstravam o seu descontentamento para com os tratados do pós 1ª GM. Tal agressividade no cenário internacional aumentou ainda mais quando o foco das conquistas fascistas passou a ser a Etiópia (na altura, chamada de Abissínia), região africana que não tinha sido ocupada por nenhuma potência europeia desde o século 19 (durante a partilha de África). A partir da Somália e da Eritreia, colónias italianas, Mussolini começou a preparar as suas tropas e invadiu a Etiópia em Outubro de 1935.
Ao mesmo tempo que Inglaterra e a França se distanciavam da Itália, outro país europeu se aproximava: a Alemanha. Em 1936, Itália, Alemanha e Japão assinaram o Pacto Anticomintern, colocando-se lado a lado na luta contra a expansão comunista promovida pela Internacional Comunista. Surgia, assim, o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. A aliança entre fascistas e nazistas ganhou mais força na Conferência de Munique, em 1938, na qual Mussolini apoiou as intenções alemãs de anexação dos Sudetas.

Fig.6 Expansionismo Italiano


















PARTICIPAÇÃO NA 2ª GUERRA MUNDIAL E FIM DO FASCISMO

Em Abril de 1939, a Albânia também foi invadida e anexada à Itália. No mês de Maio, Hitler e Mussolini assinaram um acordo de auxílio mútuo em caso de guerra, que ficou conhecido como o Pacto de Aço. No entanto, Mussolini não esperava que Hitler começasse a sua grande ofensiva na Europa naquele mesmo ano, o que viria a levar ao início da 2ª Guerra Mundial (Setembro 1939).
Quando a Itália declarou guerra à Inglaterra e à França, em Junho de 1940, só tinha munições para 2 meses de combate. Mesmo assim, Mussolini teve total apoio do rei e das forças armadas para entrar na 2ª GM ao lado de Hitler, pois todos acreditavam que a vitória do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) sobre os Aliados (Inglaterra, França, EUA e URSS) seria rápida. Em outubro de 1940, a Itália atacou a Grécia. Tal aventura militar saiu fracassada. As tropas gregas, bem preparadas, expulsaram os italianos.
Em Abril de 1941, a Alemanha teve que enviar tropas para socorrer os italianos. Nesse meio tempo, os britânicos atacavam os italianos em vários pontos: aviões da marinha inglesa bombardearam navios de guerra italianos no porto de Taranto; na Líbia, tropas inglesas venceram os italianos, em Janeiro de 1941 e, em Maio do mesmo ano, tomaram a Etiópia, devolvendo o trono ao rei Hailé Selassié.
Mesmo em situação lastimosa, em Junho de 1941, Mussolini enviou alguns homens para se juntarem aos alemães na invasão da URSS. Diante de tantos fiascos, Mussolini passou a sofrer críticas da população italiana.
Diante do quadro político, que já não favorecia Mussolini – enumeras derrotas das Forças Armadas Italianas; falta de apoio popular; presença de inimigos em solo italiano e denúncias de corrupção no Partido Nacional Fascistas -, o rei Vítor Emanuel III e o Grande Conselho Fascista retiraram o seu apoio ao Duce e entregaram o cargo de chefe do governo ao marechal Pietro Badoglio. A 25 de Julho de 1943, Mussolini é preso. A partir deste momento, o Fascismo entrou em descrédito. A Itália masnteve-se ao lado de Hitler na guerra, mas procurava, em segredo, negociar a paz. Os Aliados, no entanto, só aceitavam a rendição incondicional. Nas ruas italianas, a população começou a destruir os símbolos fascistas e a exigir a liberdade dos prisioneiros condenados pelo Tribunal Especial Fascistas.

Armistício e República de Salò
O rei Vítor Emanuel III, perante tantos problemas, assina o armistício a 5 de Setembro de 1943 e foge da cidade de Roma, que foi tomada pelos Partigiani (resistência italiana), grupo que lutava contra o Eixo. A Itália, então, ficou dividida em 2: o sul ficou sob o domínio dos Aliados; e o centro e o norte, sob domínio nazista.
Entretanto, pára-quedistas alemães conseguem resgatar Mussolini da prisão e levam-no para a Alemanha. Em Novembro de 1943, o Duce, num pronunciamento feito na rádio de Munique, pediu à população italiana a revoltar-se contra a Monarquia e a juntar-se a ele num novo governo: a República Social Italiana, fundando, assim, um novo partido: o Partido Fascista Republicano.
A república de Salò, nome dado a essa nova fase do Fascismo, não era nada mais do que uma forma de Hitler manter o domínio sobre o norte italiano.

Fig.7 Partigiani















Morte de Mussolini e derrota italiana
Em Junho de 1944, os EUA tomaram Roma. Poucos dias depois, os Partigiani iniciaram ataques às tropas nazistas. A 27 de Abril de 1945, Mussolini e sua amante, Clara Petacci, foram capturados pelos Partigiani. Rapidamente julgados, foram executados e os seus corpos foram expostos na Piazzale Loreto, em Milão. Terminava, assim, a longa ditadura fascista sobre o povo italiano. Em 1946, a Monarquia foi substituída pela república, e, em 1947, a Itália assinou tratados de paz, comprometendo-se a abrir mão da Etiópia e da Albânia, além de perder as suas colónias.

Fig.8 Morte de Mussolini e da sua amante













Lemas Fascistas


  • Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato, "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado."
  • Me ne frego, "Não me importa,"
  • Libro e moschetto - fascista perfetto, "Livro e mosquete - fascista perfeito."
  • Acreditar, obedecer, combater.


Fontes:
Livro "o tempo da História" História 12ª ano
Apontamentos da aula e material enviado por email                    
                                            
Trabalho realizado por: André Sousa nº4 12ºJ


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