Portugal no
novo quadro internacional – integração
europeia juntamente com a consolidação da democracia; relações
internacionais
Contexto da consolidação da democracia em Portugal
Após a revolução de 25 de Abril de 1974,
Portugal não foi mais o mesmo. O país entrou num excesso de euforia levando o
processo revolucionário a um ponto demasiado radical, quase chegando a cair
perante a ameaça do comunismo, influenciado pelo Leste Marxista.
A vitória do Partido Socialista nas eleições
de 1975, a constituição de 1976 e o processo descolonizador (reconhecimento
consecutivo da independência às atuais ex-colónias) foram os alicerces para que
Portugal começasse a sua caminhada até à consolidação da
democracia, valor que juntamente com a Liberdade motivou a “Revolução dos
Cravos”. Esta revolução teve pois um significado internacional, contribuindo
para a queda do isolamento internacional que Portugal vinha a sofrer por ser
regido por uma Ditadura e representou a queda dos regimes autoritários ainda
existentes na Europa Ocidental (em 1974 cai o regime autoritário da Grécia e em
1975 é derrubado, também, o regime autoritário da Espanha).
I.
A consolidação
A democracia portuguesa encontra-se ligada em
todos os aspectos à União Europeia. Desde a adesão à CEE (Comunidade Europeia
Económica), que foi solicitada em 1977 e foi formalizada em 12 de Junho de
1985, que o percurso democrático se faz sem sobressaltos de maior. Com a sua
integração na Comunidade Europeia o país ambicionou preservar as jovens
instituições democráticas, que como foi referido anteriormente, foram ameaçadas
pelos projectos revolucionários e pelos radicalismos que se seguiram à
revolução, isto é, tentações totalitárias pós 25 de Abril.
O estreito
contacto com modelos e padrões de intervenção pública, convivência entre
políticos de múltiplos países com rígidas tradições democráticas, o contacto de
instituições homólogas, os acordos, os compromissos parados foram criando um
obstáculo ao desenvolvimento da sociedade democrática. Existe liberdade,
tolerância e não há presos políticos, portugueses exilados, deportados, nem
refugiados. Por todos estes motivos, Portugal usufrui de prestígio democrático,
merecendo a confiança dos seus parceiros comunitários e do mundo. Um dos
exemplos desse prestígio é o convite em Junho de 2004, ao primeiro-ministro
português, Durão Barroso para ser Presidente da Comissão Europeia.
Logótipo da UEFA |
As relações com os
países Lusófonos e com a área Ibero-Americana
No que
toca à sua política externa, Portugal ancorou-se na União Europeia sem deixar
de privilegiar, também, as suas ligações com os países que têm como língua
oficial o Português. Países como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e
São Tomé e Príncipe constituem os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa) que juntamente com Brasil, Timor-Leste e Portugal formam a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Dentro deste quadro de
política internacional portuguesa é também importante de se referir a
Comunidade Ibero-Americana (CIA). As relações de Portugal com os países
lusófonos e com a área ibero-americana ocorrem actualmente e tem o intuito de
valorizar uma língua e tradições históricas que não se podem esquecer,
preservando assim o património e afirmando a nossa própria identidade.
O mundo lusófono
I.
Portugal e os PALOP
As relações entre Portugal e Angola sofrem
uma mudança propícia em 1982, ano em que foi assinado um protocolo que permite
incrementar as trocas comerciais. Angola é o mais importante parceiro comercial
dos PALOP, absorvendo mais de 60% as exportações. Em Moçambique a situação a
situação foi mais problemática, esta situação previa melhorar em 1996, data em
que o país entrou para a CPLP. No caso de Cabo Verde, este país mantém uma
importância geoestratégica e é deste país que são oriundos grandes remessas dos
nossos imigrantes. Cabo Verde é também um dos países mais empenhados no
aprofundamento dos laços linguísticos e culturais no seio da CPLP. São Tomé e
Príncipe é o país dos PALOP que é prejudicado devido ao seu isolamento
geográfico e à escassez de recursos. A Guiné-Bissau é um caso complicado, visto
que, está encaixada num processo francófono.
Desde 2003, é dever do Instituto Português de
Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) a coordenação da ajuda externa portuguesa,
essencialmente dirigida aos PALOP e a Timor-Leste.
II.
Portugal e o Brasil
Tendo em conta as
relações que Portugal tem com o exterior, o Brasil é um caso diferente. Por
várias razões, as relações económicas entre os dois países desenvolvem-se nos
anos 90.
O Brasil contribui
fundamentalmente com produtos primários, por outro lado, Portugal vai ao
mercado brasileiro buscar boas condições para o investimento:
1) Na metalomecânica
2) No têxtil,
3) Nas energias alternativas,
4) No turismo
5) E nas telecomunicações.
A corroborar
aquele intercâmbio, encontramos os fluxos migratórios bem como as ligações
culturais que une os dois países.
A EDP e a PORTUGAL TELECOM são algumas das
empresas portuguesas que têm beneficiado do clima de cooperação existente.
|
III.
A comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP
Portugal juntamente com o Brasil e os PALOP
fundaram, em 1996, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Timor-Leste só
aderiu em 2002.
Esta
comunidade envolve cerca de 250 milhões de pessoas que falam a língua
portuguesa e tem como objectivo a concertação político-diplomática e a
cooperação económica, social, cultural, jurídica e técnico-científica.
É de salientar ainda que o
contributo mais importante seja o da elevação do português a língua
internacional.
Portugal manteve colaboração activa na
Comunidade Ibero-Americana (CIA). Esta representa cerca de seiscentos milhões de
seres humanos, com intuito de intercâmbio educativo, cultural, económico e
empresarial, científico e técnico.
A participação de Portugal na CIA pode
garantir-lhe maior visibilidade e importância tanto a nível internacional como
inter-regional. Sendo a União Europeia primeiro parceiro comercial da CIA, é
uma mais-valia a presença de dois países membros (Portugal e Espanha) na
Comunidade Ibero-Americana-.
Finalmente, as cimeiras Ibero-Americanas de
chefes de Estado e de Governo concretizam-se desde 1991, ficando para Portugal
a organização da Cimeira de 1998, na cidade do Porto.
Portugal acolheu, também, no Estoril, de 29
Novembro a 1 de Dezembro, a 19ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo
Ibero-Americanos, dedicada ao tema da “Inovação e Conhecimento”.
Cavaco frisou a enorme mais-valia que as cimeiras ibero-americanas representam durante a cimeira de 2009 |
O
computador Magalhães foi um dos produtos fabricados em Portugal promovido
pelo Governo português para exportação para a Venezuela
|
Em 2011 foram exportados 378 580
computadores para a Venezuela.
Webgrafia:
Google imagens
Bibliografia:
O Tempo da
História - História A 12º ano- 2ª parte; Pinto Couto, Célia ; Monterroso Rosas,
Maria
Sem comentários:
Enviar um comentário