A história da vida de
Marcelo Caetano
Vida
Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1927, e doutorou-se em 1931.
Com 23 anos, já era colaborador de Salazar como auditor jurídico do Ministério das Finanças (1929), e, integrou a primeira Comissão Executiva da União Nacional, e 1931.
Mas é
em 1940, especificamente, que Marcelo Caetano se inicia na carreira política no
regime:
•
é nomeado
comissário nacional da Mocidade Portuguesa (1940-1944);
•
Ministro das
Colónias (1944-1947);
•
Presidente da
Câmara Corporativa;
•
Ministro da
Presidência do Conselho de Ministros (1955-1958).
Entre
1955 e 1958, na sequência de uma crise política interna do regime, Salazar
afastou Marcelo da posição número dois do regime, aceitando assumir funções
destacadas no partido único União Nacional, desempenhando o cargo de presidente
da Comissão Executiva.
De
volta à vida académica, foi eleito Reitor da Universidade de Lisboa, em 1959,
mas demitiu-se em 1962, devido à crise académica desse mesmo ano, e em protesto
contra a ação repressiva da polícia de choque contra os estudantes.
➢ Integralismo Lusitano, o que é?
O
Integralismo Lusitano trata-se de uma doutrina política que defendia o retorno
a um sistema político monárquico tradicional e nacionalista, anti-parlamentar,
ou seja anti-republicano, no qual o monarca desempenharia a função de Chefe de
Estado, centrando na sua pessoa todo o poder governativo bem como executivo.
Primeiro-Ministro
Mandato
1968 1974
_______|______________________________________________|_________________
27
Novembro 25
Abril
Antecessor
António de Oliveira Salazar |
Sucessor
António Spínola |
Para
substituir o Dr. Oliveira Salazar, o Presidente da República Américo Tomás
chamou Marcelo Caetano a 27 Novembro de 1968 para o cargo de primeiro-ministro,
com o apoio de parte dos grupos económicos e dos
meios reformistas do regime. Caetano era considerado um democrata e um
homem de inteligência e honestidade invulgares.
Inicia-se,
então, a fase final do regime instituído de 1933: o
Marcelismo.
Imediatamente, acaba com a polícia
política, a PIDE. Mais tarde substituída pela DGS, para defesa do Estado.
Neste
seguimento, abre-se esperanças para a oposição. Caetano, homem liberal, contra
a violência e sendo pacificador, abriu a porta e os braços aos exilados, até
aqui, tudo parecia correr bem... Lançou uma série de significativas reformas
nos planos social, educacional e económico.
Até que, em 1968 e 1970 são presos padres por
constestarem a política Ultramarina! Há que sublinhar que Caetano mostrou-se
incapaz de encontrar uma solução para a guerra colonial, a grande e
incontornável questão de cuja resolução tudo o mais (desde logo a sobrevivência
do próprio regime) dependia.
Em
1970, dá-se a morte de Salazar.
Entre
1968 e 1974, o país viveu um clima de abertura política moderada que ficou
conhecido por “ Primavera
Marcelista”. Esta oscilou
entre os indícios de renovação e a preocupação em seguir as linhas-mestras do
salazarismo, o que resultou no fracasso da tentativa reformista.
Marcelo Caetano introduziu alterações em
várias áreas, como:
Economia
➢ Liquidou o condicionalismo industrial
herdado da era de Salazar, abrindo, então, o país a um certo investimento
estrangeiro.
➢ Lançou projectos como o Porto de Sines e a
Barragem do Alqueva.
➢ Tentou a aproximação à CEE, estas
negociações tiveram inicio em 1969, e em 1972 resultaram na celebração de um
acordo.
Campo Social
➢ Melhorou a assistência social e analisou
propostas de democratização do ensino lançadas pelo Ministro da Educação Viega
Simão.
Política Interna
➢ Autorizou o regresso de alguns exilados
como o Mário Soares e o Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes.
➢ Autorizou o III Congresso Republicano que
reuniu a Oposição.
➢ A Censura passou-se a designar Exame
Prévio.
➢ Eliminou algumas restrições da actividade
sindical.
Os 3 principais da Ala Liberal |
Em
relação às colónias, Marcelo Caetano prossegiu com a defesa da opção militar,
rejeitando a via das
negociações e a concessão das independências. No entanto, fez alterações no seu
discurso em nome da defesa da população branca
radicada em África. Para melhor perceber este tema, aconselho a visualização do seguinte vídeo,
onde Marcelo Caetano no seu programa “Conversas em Família” expõe o seu ponto
de vista:
No
entanto, várias razões vieram a provocar uma insatisfação na população.
1.
Por
um lado: a ala mais
conservadora do regime, liderada pelo presidente Américo Tomás recusava mais
aberturas políticas, sendo que Marcelo Caetano via-se impotente para fazer
valer verdadeiras reformas políticas.
2.
Por
outro lado: a crise
petrolífera de 1973 que se fez sentir em Portugal.
3.
E
por último: a continuação
da Guerra
Colonial, com o consequente derrame financeiro para
a sustentar.
Em
suma, agrupando todos estes motivos, valeram o golpe militar de 25 Abril de
1974 que derrubou por completo o regime de Marcelo Caetano.
Vida no pós-25 Abril
Depois
da Revolução do 25 Abril de 1974, Marcelo Caetano foi destituido de todos os
seus cargos e a sua rendição foi feita no Quartel do Carmo em Lisboa. Logo de
seguida foi conduzido pelo Capitão Salgueiro Maia, para o Aeroporto, ficando
exilado, para sempre, no Brasil com a família.
Já
no Brasil, Marcelo continuou a sua vida académica como director Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.
Recebeu, também, o título de Professor Honorário da Faculdade de Direito
de Osasco (UNIFIEO), no estado de São
Paulo.
O
Professor Marcelo Caetano, acaba por falecer aos 74 anos, a 26 Outubro de 1980,
vítima de ataque cardíaco. Morreu sem nunca ter desejado voltar a Portugal.
O
seu corpo foi sepultado no cemitério de São João Baptista, em Botafogo, no Rio
de Janeiro.
Ao
longo de toda a sua vida publicou mais de 100 títulos, incluindo vários sobre
Direito Administrativo, História do Direito Medieval Português e outros em
conjunto com diversos autores.
Assim fica o que foi Marcelo Caetano:
“Jurista, doutrinador, historiador,
dirigente politico e último chefe do governo do Estado Novo. “
Ana Catarina Ribeiro nº1 12ºJ
Bibliografia:
Guia de estudo, História A, Porto Editora
O Tempo da História, 2ª Parte, História A,
12º ano, Célia pinto Couto, Maria Antónia Monterroso Rosas
Boa noite
ResponderEliminarEstavamos olhando a nossa arvore genealogica, gostariamos de saber se ha algum perentesco entre Marcelo Alves Caetano com a Familia de Jorge Jose Alves e Adelaide Carlos Alves.
Muito grata.
nathaliapradoalves@gmail.com