A RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA
Fim da 2ª Guerra Mundial = Nova ordem política
Mundial
Fim das ditaduras fascista e nazista
A definição de áreas de influência
Quando o mundo emergiu da Segunda Guerra
Mundial, já era clara a alteração de forças nas relações internacionais. Duas
superpotências se agigantavam, a URSS, escudada na força do exército Vermelho e
os EUA, indiscutível primeira potência mundial.
As duas superpotências que surgem no
pós-guerra, vão procurar espalhar as suas influências: procura de aliados,
alianças militares e económicas.
EUA
Capitalista – regimes parlamentares –
democracias funcionais
Fizeram pactos de caractér geoestratégicos
como a NATO e o Plano Marshall (países da Europa Ocidental)
URSS
Ideais de marxismo – leninismo – democracias
populares.
Em resposta à criação dos pactos de ajudas dos
EUA, a URSS criou também o Pacto de Varsóvia e o Comecon (Países de Leste).
As conferências de paz
Os Aliados começam a delinear estratégias para
o período de paz que se avizinha.
Em Fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e
Churchill reúnem-se nas termas de Ialta,
com o objetivo de estabelecerem as regras que devem sustentar a nova ordem
internacional do pós-guerra.
Lá acordaram-se algumas questões importantes,
tais como:
As fronteiras da Polónia; o desmembramento da
Alemanha em 4 áreas de ocupação geridas pela URSS, Reino Unido, EUA e França; a
criação de uma Organização Mundial (projeto da ONU); indemnização que a
Alemanha terá que pagar às nações Aliadas pelas perdas que lhes causou.
Algum tempo mais tarde, reúnem-se novamente em
Potsdam, a fim de consolidar os alicerces da paz. A Conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso que a de Ialta. A Conferência no
entanto, encerra-se limitando a ratificar os aspetos já acordados em Ialta.
Esboça-se um novo quadro geopolítico
A URSS detinha uma clara vantagem estratégica
no Leste Europeu. Embora os acordos de Ialta previssem o respeito pela vontade
dos povos, na prática tornava-se impossível contrariar a hegemonia soviética,
que não tardou a impor-se: entre 1946 e 1948, todos os países libertados pelo
Exército Vermelho resvalaram para o socialismo.
Este rápido processo de sovietização foi, de
imediato, contestado pelos ocidentais. Logo em março de 1946, Churchill
denuncia publicamente, num discurso, a criação, por parte da URSS, de uma área
de influência impenetrável, isolada do Ocidente por uma cortina de ferro.
Menos de um ano passado sobre o fim da Segunda
Guerra Mundial, o alargamento da influência soviética desencadeava um novo
medir de forças.
A Organização das Nações Unidas
A ideia
de uma organização internacional que velasse pela paz e pela segurança resistiu
ao fracasso da Sociedade das Nações. No mesmo espírito universalista que
animara o presidente Wilson no fim da Grande Guerra, Franklin Roosevelt pugnou,
nas cimeiras da Grande Aliança, pela criação de um novo organismo mais
consistente.
1945 – Criação da ONU – Organização das Nações
Unidas
- Manter a paz e segurança internacional
- Desenvolver relações de amizade entre os
países do Mundo
- Desenvolver a cooperação internacional
- Funcionar como centro harmonizador
As novas regras da economia internacional – O ideal de
cooperação económica
O planeamento do pós-guerra não se processou
apenas a nível político. Um grupo de conceituados economistas, em 1944,
reuniram-se em Bretton Woods com o fim de prever e estruturar a situação
monetária e financeira do período de paz.
Os Estados Unidos preparam-se então, para
liderar uma nova ordem económica, baseada na cooperação internacional.
Tornava-se premente regularizar o comércio
mundial, e como estrutura de fundo, procedeu-se à criação de um novo sistema
monetário internacional que garantisse a estabilidade das moedas indispensáveis
ao incremento das trocas. O sistema assentou no dólar como moeda-chave.
O dólar tornou-se, pois, ‘’tão bom como o
ouro’’ (as good as gold).
Na mesma conferência, e com o objetivo de
operacionalizar o sistema, criaram-se dois importantes organismos:
·
o Fundo Monetário Internacional –
FMI – ao qual recorriam os bancos centrais dos países com dificuldades em
manter a paridade fixa da moeda ou equilibrar a sua balança de pagamentos;
·
o Banco Internacional para a
Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD – também conhecido como Banco Mundial,
destinado a financiar projetos de fomento económico a longo prazo.
Em 1947 se assinou um Acordo Geral de Tarifas
e Comércio – GATT – e, que 23 países signatários se comprometeram a redução dos
direitos alfandegários e outras restrições comerciais.
Este alargamento económico, frutificou na
Europa dando origem ao BENELUX (assinado em 1947, previa a abolição das tarifas
alfandegárias entre os 3 países), união aduaneira entre e Bélgica, Países
Baixos e Luxemburgo, que mais tarde, viria a constituir-se como embrião da
Comunidade Económica Europeia.
A primeira vaga de descolonizações
A guerra, que exigiu também pesados
sacrifícios às colónias, ‘’acordou’’ os povos para a injustiça da dominação
estrangeira. A luta contra as forças do Eixo foi sentida por todos como uma
luta pela liberdade que, doravante, deveria estender-se ao Globo.
Os países coloniais viram-se importentes para
suster a vaga independentista quem terminado, o conlfito, assolou a Ásia e a
África.
Aos efeitos demolidores da guerra juntaram-se
as pressões exercidas pelas 2 superpotências, que apoiam os esforços de
libertação dos povos colonizados. Os Estados Unidos, em lembrança do seu
próprio passado e em defesa dos seus interesses económicos, sempre se mostraram
adversos à manutenção do sistema colonial.
A URSS atua em nome da ideologia marxista –
que prevê a revolta dos oprimidos pelos interesses económicos capitalistas – e
não desperdiça a possibilidade de estender, nos países recém-formados, o modelo
soviético.
A descolonização asiática
O processo de descolonização pós-Segunda
Guerra M. inicia-se no continente asiático.
No Médio Oriente, concluindo um processo já em
curso, tornam-se independentes a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina,
onde, em 1948, nasce, num clima de guerra, o Estado de Israel.
Na Índia, a vontade de independência era já
antiga. Durante a 2GM, o Partido do Congresso, liderado por Gandhi, obtivera de
Churchill a promessa de retirada inglesa. No entanto, a pretexto do violento
antagonismo entre as comunidades hindu e muçulmana, os Britânicos atrasam o
processo, que só se concretiza em 1947, ficando a Índia inglesa dividida em
dois Estados: a União Indiana, maioritariamente hindu, e o Paquistão, de
maioria muçulmana.
1949 -
Holanda reconhece a independência da Indonésia
Mais longo e sangrento se revela o processo de
descolonização da Indochina, onde a ocupação japonesa fomentara fortes
sentimentos antifranceses. Inicialmente tomada como uma mera revolta contra o
colonialismo francês, a Guerra da Indochina acaba por adquirir um cariz
ideológico, sendi vista como uma tentativa de extensão do Comunismo na Ásia. Só
em 1954, os Franceses, vencidos, se retiram reconhecendo o nascimento de 3
novas nações: o Vietname, o Laos e o Camboja.
O fim dos impérios europeus alterou o mapa das
nações; as relações internacionais redimensionaram-se e, sobretudo, impôs-se o
princípio da igualdade entre todos os povos do Mundo.
O tempo da Guerra Fria – a consolidação de um mundo bipolar
Guerra
Fria: é um clima de tensão internacional que divide o
mundo em 2 pólos. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até o fim dos anos 80.
Pólos - URSS
- EUA
Cada um dos blocos vai desenvolver estratégias
com vista à captação de aliados que, em comum têm (salvo raras exceções) os
mesmos princípios ideológicos.
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Em 1947, o processo de sovietização dos países
de Leste era já irreversível. Para coordenar a sua atuação, criou-se nesse ano,
o Kominform – Secretariado de Informação Comunista – que se tornou um
importante organismo de controlo por parte da URSS.
Para os Ocidentais, a extensão da influência
soviética na Europa era inaceitável.
Os Estados Unidos assumem, frontalmente, a
liderança da oposição aos avanços do socialismo. Num discurso histórico, o
presidente Truman expõe a sua visão de um mundo dividido em dois sistemas
antagónicos: um, baseado na liberdade; o outro, na opressão. Aos americanos
competiria, perante o enfraquecimento da Europa, lioderar o mundo livre e
auxiliá-lo na contenção do comunismo – é a célebre doutrina Truman.
Para além de formalizar a divisão do mundo em
duas forças opostas, a doutrina Truman deixava também clara a necessidade de
ajudar a Europa a reerguer-se economicamente.
A devastação da guerra foi grande e as ajudas
dos Estados Unidos apenas atenderam às necessidades mais urgentes. O clima de
miséria do Velho Continente estava instável, em tudo, propício à difusão das
ideias de igualdade e justiça social do marxismo.
É neste contexto que o secretário de Estado
americano George Marshall anuncia, em junho de 1947, um gigantesco plano de
ajuda económica à Europa. Conhecido como Plano Marshall, este auxílio foi
acolhido com entusiasmo pela generalidade dos países europeus que, assim, viram
reforçados os laços que os uniam aos EUA.
Depois de breves negociações. Moscovo
classifica a ajuda americana de ‘’manobra imperialista’’ e impede os países sob
a sua influência de a aceitarem.
Em janeiro de 1949, Moscovo responde também ao
Plano Marshall, lançando o Plano Molotov, que estabelece as estruturas de
cooperação económica Oriental. Foi no âmbito deste plano que se criou o COMECON
(Conselho de Assistência Económica Mútua), instituição destinada a promover o
desenvolvimento integrado dos países comunistas, sob a égide da União
Soviética.
Deste modo, a divisão do mundo em dois blocos
antagónicos consolidou-se, tal como se consolidou, também, a liderança das duas
superpotências.
O primeiro conflito: a questão alemã
Este clima de desentendimento e confrontação
refletiu-se de imediato na gestão conjunta do território alemão que, na
sequência da Conferência de Potsdam, se encontrava dividido e ocupado pelas 4
potências vencedoras.
A Alemanha já não era vista como um inimigo
vencido, mas como um aliado imprescindível à contenção do avanço soviético. As
3 nações ocidentais criaram então a República Federal Alemã (RFA).
A União Soviética protestou, mas perante ao
que estava a ocorrer, acabou por desenvolvier uma atuação semelhante na sua
própria zona, criou-se então a República Democrática Alemã (RDA).
Na capital – Berlim – encontravam-se
estacionadas as forças militares das 3 potências ocidentais. Numa tentativa de
forçar a retirada dessas forças, Estaline bloqueia aos 3 aliados todos os
acessos terrestres à cidade.
Dá-se então, o Bloqueio de Berlim, que se
prolongou de junho de 1948 a maio de 49, foi o primeiro medir de forças entre
as duas superpotências. O mundo temeu um novo conflito armado.
Então, os até então aliados tornam-se rivais,
pondo em risco a paz do Mundo. As décadas que se seguem caracterizam-se por
fortes tensões e desconfiança: foi o tempo da Guerra Fria.
A Guerra Fria
Durante 1947-85 aproximadamente, os EUA e a
URSS intimidaram-se mutuamente gerande um clima de hostilidade e insegurança
que deixou o Mundo num permanente sobressalto. É este clima de tensão
internacional que designamos por Guerra Fria. Foi uma autêntica ‘’guerra de
nervos’’.
Mais do que ambições hegemónicas das 2
superpotências, eram duas conceções opostas de organização política, vida
económica e estruturação social que se confrontavam: de um lado, o liberalismo,
assente sobre o princípio da liberdade individual; do outro, o marxismo, que
subordina o indivíduo ao interesse da coletividade.
O mundo capitalista
Após a doutrina Truman, os Estados Unidos
emprenha-se na contenção do comunismo. O Plano Marshall foi o primeiro grande
passo neste sentido
.
Em termos político-militares também não tardou
a oficializar-se. A tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim acelerou as
negociações que conduziram, em 1949, ao Tratado do Atlântico Norte, firmado
entre os Estados Unidos, o Canadá e 10 nações europeias. A operacionalização
deste tratado deu origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN ou
NATO.
A aliança apresenta-se, assim, como uma
organização puramente defensiva, empenhada em resistir a um inimigo que, embora
não se nomeie, está omnipresente: a União Soviética e tudo o que, para o mundo
ocidental, ela representa.
Os Estados Unidos a partir de então, fez
inúmeros pactos e alianças com o restante do mundo. Por volta de 1959, 3
quartas partes do Mundo alinhavam, de uma forma ou de outra, pelo bloco
americano.
A política económica e social das democracias ocidentais
Para além do respeito pelas liberdades
individuais, do sufrágio universal e do multipartidarismo, considerou-se que o
regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça
social.
Embora de quadrantes muito diferentes, socialistas
e democratas-cristãos saíram da guerra prestigiados. Ambos tinham lutado contra
os regimes autoritários vencidos e se apresentavam como uma alternativa
credível aos velhos partidos liberais, excessivamente conotados com o
capitalismo desregrado e anáquico, tido como responsável pela recessão
económica dos anos 30.
Adeptos da social-democrata, estes partidos conjugam a defesa do pluralismo
democrático e dos princípios da livre-concorrência económica com o
intervencionismo do Estado, cujo objetivo é o de regular a economia e promover
o bem-estar dos cidadãos. Renunciando, muitas vezes, a toda a referência
marxista, a social-democracia contenta-se em redistribuir a riqueza assim
obtida pelos cidadãos, através do reforço da proteção social.
Noutros países, como a Itália ou a RFA dos
anos 40-50, o receio das ideologias aparentadas com o socialismo deu a vitória
eleitoral aos democratas-cristãos.
A democracia-cristã
tem a sua origem na doutrina social da Igreja, que condena os excessos do
liberalismo capitalista, atribuindo igualmente aos estados a missão de zelar
pelo bem comum.
Consideram os democratas-cristãos que o plano
temporal e o espiritual, embora distintos, não podem separar-se.
Propõem uma orientação profundamente
humanista, alicerçada na liberdade, na justiça e na solidariedade.
A afirmação do Estado-Providência
Pode considerar-se o Reino Unido como o país
pioneiro do Welfare State, isto é, o Estado do bem-estar, onde cada cidadão tem
asseguradas as suas necessidades básicas, ‘’do berço ao túmulo’’.
Beveridge Elaborou em 1942, ou seja, durante
a Segunda Guerra Mundial o Report on Social Insurance and Allied
Services, conhecido como Plano Beveridge, visando libertar o Homem da
necessidade.
Beveridge confiava que um sistema social
alargado teria como efeito a eliminação dos ‘’5 grandes males sociais’’:
carência, doença, miséria, ignorância e ociosidade.
Tais medidas, adotadas na Inglaterra, serviram
de modelo à maioria dos países europeus.
Este sistema dissemina-se pela Europa,
generalizando-se a toda a população passando a acautelar as situações de
desemprego, acidente, velhice e doença; estebelecem-se prestações de ajuda
familiar – abono familiar – e outros subsídios aos mais pobres. Também
ampliam-se as responsabilidades do Estado no que concerne à habitação, ao
ensino e à assistência médica.
Este conjunto de medidas visa um duplo
objetivo: por um lado, reduz a miséria e o mal-estar social contribuindo para
uma repartição mais equitativa da riqueza; por outro, assegura uma certa
estabilidade à economia, já que evita descidas drásticas da procura como a que
ocorreu durante a crise dos anos 30.
A prosperidade económica
O crescimento económico do pós-guerra
estruturou-se em bases sólidas.
Escudado por esta novz filosofia de ação, o
capitalismo, que na década de 30 parecera condenadod pela Grande Depressão,
emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge. Entre 1945 e 73, a
produção mundial mais do que triplicou e, em certos setores, como a produção
energética e a automóvel, multiplicou-se por 10.
As economias cresceram de forma contínua, sem
períodos de crise, registando apenas pequenos abrandamentos de ritmo.
Estes cerca de 30 anos de prosperidade material
sem precedentes ficaram na História como os ‘’Trinta Gloriosos’’, expressão
popularizada pelo economista francês Jean Fourastié
O mundo comunista
A expansão do mundo comunista fez-se, em
grande parte, sob a égide da URSS.
Europa
Democracia
popular: Designação atribuída aos regimes em que o Partido Comunsita, afirmando
representar os interesses dos trabalhadores, se impõe como partido único,
controlando as instituições do Estado, a economia, a sociedade e a cultura.
A primeira vaga de expansão do comunismo
atingiu a Europa Oriental e, com exceção da Jugoslávia, fez-se sob pressão
direta da URSS.
Os novos países socialistas receberam a
designação de democracias populares. Por oposição às democracias liberais, as
democracias populares defendem que a gestão do Estado pentence, em exclusivo,
às classes trabalhadoras. Estas, que constituem a esmagadora amioria da
população, ‘’exercem o poder’’ através do Partido Comunista.
O Estado desempenha um papel primordial em
todas as esferas da vida da nação: define a vida política, as opções
económicas, o enquadramento ideológico e cultural dos cidadãos. Em suma, a
Europa de Leste reconstrói-se de acordo com a ideologia marxista e a
interpretação que dela faz o regime soviético.
Em 1955, os laços entre as democracias
populares foram reforçados com a constituição do Pacto de Varsóvia, aliança
militar que previa a resposta conjunta a qualquer eventual agressão. O Pacto de
Varsóvia constituiu uma organização diametralmente oposta à OTAN/NATO,
simbolizando as 2 coligações o antagonismo militar que marcou a Guerra Fria.
Bibliografia:
O tempo da história - 12º
Apontamentos
Trabalho realizado por:
Rafaela Souto
12ºJ
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